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JAMIE’S ITALIAN | SEJA FRIO OU SEJA QUENTE… EVITE SER MORNO!

Agora que passaram alguns meses desde o “buzz” inicial sobre a abertura do restaurante do Chef Jamie Oliver, a Rua de Baixo visitou o espaço num almoço informal e decidiu ir avaliar por si se o falatório tem, de facto, razão para existir.

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Jamie Oliver, Chef de cozinha, entreperneur, celebridade de TV e detentor de um império gastronómico com 64 restaurantes espalhados pelo mundo, abriu  no final de Janeiro, o seu primeiro espaço na capital portuguesa.

Engane-se se pensa que encontra um restaurante de fine dinning, ao jeito dos melhores e afamados restaurantes europeus. Aqui impera a simplicidade e o destaque maior recaí nos produtos de origem controlada ou protegida (grande parte italianos, já que os produtores portugueses não assegurarem ainda produções em escala suficiente?), que promovam uma produção sustentável e prácticas de comércio justo, para criar receitas simples e acessíveis, onde uma crescente preocupação nutricional é explicada com detalhe pelos seus funcionários.

O restaurante é constituído por 3 andares, duas esplanadas e uma sala privada com capacidade para 18 comensais, num total de 168 lugares, seguindo a linha de decoração dos outros restaurantes do Chef Inglês, com os enchidos e os alhos pendurados e uma decoração sóbria em madeira, azul e cobre. No piso de entrada é impossível não sabermos onde estamos. Livros, panos de cozinha (ou guardanapos, como eles lhes chamam) e tábuas de madeira estão expostos para o deleite do freguês. As recordações estão todas à venda! Em frente, o balcão corrido de mármore dá lugar a um espaço de bar, onde se servem as bebidas e cocktails e a um espaço de cozinha, onde se confeccionam as pizzas, algumas das entradas e se empratam as sobremesas.

Iniciámos a nossa refeição por uma das afamadas tábuas. Escolhemos a de carne (15,00€ é o preço para 2 pessoa), um clássico de Jamie Oliver e de qualquer restaurante italiano que se preze. Salame de funcho, a mortadela com pistácio, o queijo pecorino,presunto  e uma picante “schiacciata”, mini mozarela de búfala, pickles, azeitonas e uma salada roxa. Eram todos produtos excelentes e para quem aprecia enchidos, uma recomendação, que é servida em cima de latas de tomate pelado, para que se elevem ao olfato e à visão dos clientes. Como acompanhamento, um pão brioche (4,75€), com manteiga de ervas, fatias de alho torrado, alecrim e parmesão. É guloso para quem aprecia pão doce, mas tenho a certeza que os portugueses preferiam uma versão salgada do clássico pão de alho.

A carta de bebidas foi construída com referencias italianas e portuguesas. Tem variedades de vinhos, sumos naturais e cocktails com e sem álcool. Para acompanhar a nossa refeição escolhemos o “Amalfi Collins” (7,50€), composto por gin, licor de sabugueiro, limoncello, sumo de limão e soda (talvez influenciado pelas recordações de umas férias na costa amalfitana)  e o “Strawberry & Coconut Mojito” (5,50€) feito com morangos, menta fresca e água de coco. Se o primeiro foi uma escolha acertada, o segundo mais parecia uma água de sabor e em nada se assemelhava ao que esperávamos de um cocktail não alcoólico.

Os pratos principais, estavam bem confeccionados, mas não se destacam ou criaram memória. O “Gennaro’s Tagliatelle Bolognese” (11,95€), uma receita inspirada em Gennaro Contaldo, cozinheiro italiano que inspira Jamie Oliver há vários anos, é um ragoûtde carne de vitela com pasta fresca, elaborada com farinha 00 e ovos biológicos diariamente no restaurante e aos olhos dos clientes. A “Pizza Fiorentina” (11,95€), de ricotta envolvido com limão, espinafres, ovo free-range e parmesão, espalhados numa base de massa alta e gulosa no rebordo, mas fina no centro (como se quer numa verdadeira pizza napolitana), não sobressaiu.

Degustámos alguns pratos mas infelizmente não fomos arrebatados por nenhum, nem mesmo pelo cheesecake de limão com merengue italiano (6,50€). Talvez pelo brownie com molho de chocolate, servido com gelado de caramelo e pipocas (5,25€), mas transpareceu apenas a imagem de um restaurante italiano igual a tantos outros abertos na nossa capital. Resta louvar o serviço, que é impecável apesar de algo lento, mas justificável perante um restaurante cheio, em pleno serviço de almoço.

Contudo tenho de afirmar que o restaurante é agradável e que a carta tem inúmeras sugestões, que devem ser experimentadas numa próxima visita, a qual nem precisa de ser uma refeição.  O espaço é versátil o suficiente para abrir continuamente do meio-dia às 23:00, permitindo-nos beber um cocktail a meio da tarde ou até, quem sabe, ter uma reunião de negócios.

Galeria

Jamie’s Italian Lisboa
Praça do Príncipe Real, nº 28A
1250-184 Lisboa

Horários:

Segunda-feira a Quinta-feira: 12:00–23:00
Sexta-feira – Sábado: 00–00:00
Domingo: 00–23:00



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