Japón

Estreia dia 19 de Dezembro Japón, um filme de Carlos Reygadas que ganhou o Prémio Câmara de Ouro e que foi uma das presenças na Quinzena dos Realizadores do Cannes 2002.

O filme tem uma história bastante simples. Retrata um homem (Alejandro Ferretis) que deixa a Cidade do México determinado a pôr termo à sua vida. Encontra alojamento numa velha viúva (Magdalena Flores) que mora num desfiladeiro desolado e, espantado pela sua atitude perante a vida e deslumbrado de certa forma pela natureza que o rodeia, apaixona-se por ela, ou pelo menos, tenta ir para a cama com ela. O homem oscila entre a crueldade e o lirismo e acorda nele uma embriaguez dos sentidos, um desejo de viver e de sexualidade crua. Carlos Reygadas diz que alguém que está à espera da morte de forma iminente deve ter todos os sentidos em alerta e é o que ele consegue demonstrar neste filme.

Carlos Reygadas nasceu em 1971 no México e descobre o cinema aos 6 anos de idade com os filmes de Andrei Tarkovski. Abdica da sua paixão pela sétima arte durante uns tempos para estudar Direito. Trabalha ainda com a organização das Nações Unidas antes de decidir mudar de vida em 1997. Depois de fazer uma série de curtas-metragens em 1998, volta aos sítios onde passou a sua infância para trabalhar.

O realizador pretendeu com este filme ir contra algumas convenções instauradas na nossa sociedade mas que nem sempre encontram correspondência com a realidade. Entre estas convenções, a de que a mulher é o sexo fraco, que os velhos não servem para nada e que a instrução desenvolve. Em Japón, a velha viúva não tem qualquer instrução. O homem é novo e culto. Mas no final, a velha viúva é a mais forte, a mais sensata e a mais feliz.

Mais um filme directamente vindo de Cannes para o grande ecrã das salas portuguesas. Um filme com o selo da Rua de Baixo.



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