João Coração @ Maxime, 19 de Junho
Um grande Coração.
Tendo em conta o momento que a FlorCaveira atravessa, João Coração poderia ser considerado apenas mais um nome. Não é.
O concerto de dia 19 de Junho, no Maxime, serviu para apresentar o segundo álbum de estúdio, “Muda que Muda”. Na audiência estavam os companheiros editoriais b fachada e o “chefe” Tiago Guillul. Banda e músico apresentam-se em palco bem dispostos. Guitarra, bateria, clarinete e teclas compõem a formação da banda que acompanha o vocalista.
Após o primeiro tema, «You Know My Name», um cover dos Beatles, João Coração refere que é “daquelas pessoas que gosta de guardar o melhor para o fim”. Algo que, segundo o próprio, iria ser complicado devido à canção que abriu o espectáculo. Percebemo-lo. Não concordamos.
Ao segundo tema, «Tira as Meias Vermelhas», entra em jogo mais um instrumento, o cavaquinho. É Coração quem o manuseia. A pose é divertida e contagiante.
Segue-se um descabido improviso do vocalista com o senhor das teclas, Benjamin. João refere-se a esta novidade como uma “tentativa de fazer kizomba“. Apenas divertido.
«Agarra em Mim» e «Sofia» são apresentadas sem percalços e há uma certeza: com João Coração cada concerto pode ser uma experiência diferente.
A pose é de galã. O Coração não pode parar, o espectáculo não pode morrer. Em «Dobra» há um belo solo de guitarra e a ovação da noite. Altura apropriada para apresentar a banda e dar a conhecer os dois jovens que entretanto haviam patrocinado uma planeada/concedida “invasão” de palco.
Na canção que se segue há mudanças de ritmo bruscas e mais uma bela canção. A aproximar-se do fim, o pequeno concerto seria abrilhantado por mais uma pacífica invasão de palco, desta vez a cargo de b fachada e Tiago Guillul. Foi, aliás, um pedido do próprio João Coração.
O concerto chegaria ao fim ao som de «Muda que Muda», mais uma boa canção – folcolore? O encore – nada planeado – levou a que o enorme Coração regressasse sozinho a palco para uma solitária – passe a redundância – interpretação acústica.
Num momento em que voltou a ser cool cantar em português, João é mais uma prova de que alguma da melhor música portuguesa da actualidade tem um enorme Coração e provém desse santuário que é a FlorCaveira.
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inesperadamente (ou se calhar não) depois do lançamento do disco, vem o burburinho, corre a tinta sobre tudo isto… e por outros sítios já se coroou este joão como o rei do verão.
http://ipsilon.publico.pt/musica/critica.aspx?id=235570