José Cid @ Maxime

Lenda de El Rei D.Cid.

José Cid é um gajo porreiro. Ponto final. Diverte-se em palco, diverte-nos em palco, diverte em palco. É o chamado bom artista. Aos 63 anos de idade, novo momento alto na carreira desta “mãe do rock português” (como o próprio se intitulou há anos atrás): dupla data no Cabaret Maxime, agora remodelado e local de cada vez maior interesse cultural na noite de Lisboa. Tire-se o chapéu a Manuel João Vieira e a todos os dinamizadores da coisa.

A primeira noite, 1 de Abril, sábado, diz quem lá esteve, foi infernal. Filas intermináveis, gente (eufórica) a mais, demasiada confusão. Domingo, 2 de Abril, o Maxime recebeu segunda dose de José Cid em ambiente mais acolhedor, levando o próprio músico a admitir sentir-se feliz por conseguir ser ouvido pela plateia desta segunda noite.

José Cid tem coisas, sejamos francos, muito pirosas. José Cid, em abono da verdade, não é nenhum músico excepcional. Mas, depois, há coisas quase inexplicáveis, e o fenómeno Cid é uma delas. A verdade é que um concerto de José Cid é um momento de quase êxtase colectivo, de uma alegria muito bizarra no ar. Os êxitos estão lá quase todos, no piano e na voz rouca (do concerto da noite anterior, seguramente) mas não desafinada do artista. Os momentos de conversa entre canções são deliciosos. José Cid está genuinamente feliz no palco do Maxime, a mostrar os seus 50 anos de música.

Os convidados eram quase todos dispensáveis, aparte Dora Fidalgo, ex-elemento dos Delfins e dona de uma senhora voz. Alguns momentos foram, repete-se, muito pirosos. Versões de Rui Veloso e Luís Represas não podem ser coisa boa num concerto. Contudo, a noite estava ganha: o macaco gosta da banana, diz o artista, e o povo gosta de José Cid. Merecidamente, porque o artista merece uma página no imaginário do colectivo musical português.



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