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Josh Rouse

O senhor canção @ festival para gente sentada

Coincidência ou não, Josh Rouse foi o escolhido para encerrar o Festival para Gente Sentada, no Dia dos Namorados. Cantor melódico e criador de música suave, coube a este músico de Nashville, Tenessee, o papel de “aquecer os corações” ao público português que estava presente em Santa Maria da Feira. Tarefa que não se revelava complicada tendo em conta o sucesso deste artista no nosso país, mas que falhou por algum cansaço de Josh Rouse que, apesar de tudo cumpriu com seu dever de entertainer, quiçá falhando como catalizador de emoções.

Apesar de jovem, este americano conta já com uma carreira de 10 anos, a espalhar a sua música pelo mundo: já viveu em Nova Iorque e reside actualmente na vizinha Espanha, de onde chega até Portugal com uma guitarra cheia de canções.

A rua de baixo esteve a falar com o artista em exclusivo, momentos depois da sua actuação.

Finalizado o concerto, conta-nos como correu! Foi diferente por ser Dia dos Namorados?

Mas já não era dia dos namorados, foi ontem – o concerto começou por volta da uma da manhã (risos). Foi divertido… e estava também precisamente a contar ao músico que toca comigo, o Raul, que foi simples de fazer. Não estava a pensar muito, estava simplesmente a tocar as minhas canções. Às vezes sabe bem estar cansado, que é o caso! Quando estamos neste estado tocamos melhor, porque simplesmente não pensamos muito no que fazemos.

Então o cansaço não afectou a qualidade do concerto?

Estava preocupado com isso. Mas depois senti-me tão bem, que aproveitei e gozei muito!

E como tem sido a tua vida em Espanha? E já agora, porquê o nosso país vizinho para morar?

A vida é boa! A minha esposa é espanhola. Vivemos alguns anos em Nova Iorque, mas depois decidimos regressar a Espanha. Nova Iorque é fantástica, mas Espanha é Espanha… e o tempo é maravilhoso!

Como te sentes sendo americano na Europa?

Nunca me senti super americano. Mas também nunca me senti totalmente europeu. Mas neste momento a sensação é boa… e certa. Sinto que este é o sítio em que deva efectivamente morar. Mas gosto de Nova Iorque, apesar de não a podermos considerar realmente América. É como se fosse um país totalmente diferente! Mas acontece com toda a gente: gosto de viver em Espanha, mas às vezes sinto-me cansado, tal como aconteceria a qualquer pessoa que já vivesse num outro país há algum tempo. Provavelmente como tu te sentirias em Portugal por ser muito pequeno e com pessoas nervosas (risos).

Não te preocupa a política? Considerando as recentes eleições americanas, agora com Barack Obama no poder…

Penso que agora é mais fácil para os americanos porque o mundo está eufórico com a eleição de Obama. Estão simplesmente felizes que o Bush tenha ido embora. Pelo menos a maioria dos americanos. E penso que os europeus também! Antes tinha que responder a uma série de questões sobre o Bush e era tudo menos divertido.

Fazendo uma retrospectiva da tua vida, o título do teu último álbum “Country Mouse, City House” reflecte decisivamente o teu tipo de vida?

Eu cresci no campo, mas na minha vida adulta vivi em Nova Iorque, em Valência. É o que acontece comigo. Sou um rato do campo numa casa da cidade.

Tens um novo álbum mais ou menos a cada dois anos. Como é a tua vida neste intervalo?

Tenho andando a trabalhar no meu último álbum desde há um ano. Parece que todos os anos consigo escrever entre doze a quinze canções e consequentemente editá-las num disco. Durante o ano passado, enquanto vivi em Nova Iorque, foi mais complicado, porque as distracções eram muitas – apesar de boas – descobri novos e bons sons, mais ou menos a tentar mudar as minhas influências. Foi bom. Agora que vou fazer dez anos de carreira – e está um Best Of de Josh Rouse a sair – esta fase acaba e posso tentar coisas novas e reinventar-me! Os últimos anos foram bons, compus muitas músicas, lancei os meus trabalhos e estive em tournées. Agora tenho o tempo para pensar nisso!

Agora que estás mais maduro e mais velho, consideras-te um melhor artista?

(risos) Quando ficas mais velho os teus concertos, as tuas performances, as tuas gravações ficam melhores… tudo! Um produtor com quem trabalhei dava o exemplo dos bateristas: “Quanto mais velhos estão, melhor ficam, melhor ritmo e sensibilidade“.

És como o Vinho do Porto então?

(risos) Sim, vou começar a dizer que sou como o Vinho do Porto, fico melhor com a idade.

Falando da cultura portuguesa, tens algum conhecimento da música que se faz por cá?

Não, tenho mais conhecimento da brasileira. Fui ao Brasil no Verão passado, para tocar em alguns festivais. Conheço bem a música deles e sou um grande fã!

Então tens algum músico brasileiro com quem gostasses de tocar?

Seu Jorge. Toquei num festival com ele e ficámos amigos. O seu último álbum “América Brasil” é muito bom! Também há uma banda brasileira chamada… É o filho do Caetano Veloso. E é muito bom!



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