Just Cause 3 | Análise
Liberdade para destruir
AVISO: Esta é, muito provavelmente, a análise com mais repetições da palavra ‘explosão’, e seus derivados, já alguma vez escrita. Vamos contar!
O bater das asas de uma borboleta em Just Cause 3 pode provocar uma explosão [1] nuclear na tua consola… mas o mais próximo de uma borboleta que existe neste jogo é mesmo a personagem que encarnamos e o seu wingsuit. E, ó, se ele bate as asas! Em Just Cause 3, somos Rico f***ing Rodríguez, o protagonista de uma aventura de proporções (entenda-se explosões [2]) épicas e cuja terra natal se encontra dominada por um ditador mesmo a pedi-las!!! Aqui jogamos em Medici, um arquipélago ficcional no Mediterrâneo, cuja introdução é feita com o nosso protagonista no topo das asas de um avião, a disparar mísseis a tudo o que mexe. A partir daí, o mundo é nosso para explorar da maneira que quisermos: pela terra, pela água ou até mesmo pelo ar.
Mas esqueçam completamente a narrativa de Just Cause 3, porque mais do que experimentar o enredo, o jogador tem de viver a experiência Just Cause 3 da forma mais criativa que conseguir porque o arquipélago de Medici é gigantesco e merece a pena ser experimentado, vivenciado e explorado da maneira que bem entendermos. Aliás, Rico Rodríguez regressa a Medici aparentemente para salvar a sua terra natal. Contudo, sejamos francos, Rico faz tudo menos isso. Explodir [3] tudo o que mexe e não mexe normalmente não é entendido como salvação. De longe a longe, o nosso protagonista ainda diz que não devia fazer isto, mas sempre distante de expressar qualquer intenção de fazer o contrário.
Seja como for, temos várias regiões de Medici para libertar, se quisermos ganhar o controlo da região. Para tal, há que conquistar pequenas cidades e bases militares. Como? – Perguntam vocês. – Ora… à boa maneira de Just Cause, explodindo [4] tudo o que há para explodir [5]. Não obstante, em alguns casos, teremos ainda que activar vários dispositivos em menos de dois minutos, abrir portões, apanhar determinados alvos mas, mal damos conta, estamos novamente de lança-mísseis nas mãos a desbravar terreno com explosões [6] que mais parecem saídas de um filme do Michael Bay.
A dada altura, só porque me apetecia (porque é assim que devemos planear as nossas acções em Just Cause 3), decidi enviar uma mota carregada de explosivos [7] contra uma antena. Ao conduzir até ao local, a alta velocidade, decido saltar da mota apenas no último momento, algo que me levou a constatar, nos instantes imediatamente antes do impacto, que existia um enorme contentor de combustível mesmo ao lado da antena. A explosão [8] ocorreu como planeado só que, não tão planeadas, foram as suas proporções que se mostraram bem maiores do que o inicialmente previsto e o qual já não conseguiria evitar. Escusado será dizer que seria apanhado pela explosão [9]… Digo “seria” porque, numa acção de completo desespero, disparo o gancho e consigo agarrar-me a um dos destroços da antena, que havia sido expelido pela explosão, [10] que me transportou até à salvação. Um verdadeiro milagre que traduz a genialidade explosiva [11] que é a jogabilidade de Just Cause 3.
E viajar através do mapa de Medici é simplesmente fantástico, digno dos nossos maiores sonhos de férias nas ilhas paradisíacas do Mediterrâneo com direito a voos de paraquedas, wingsuit ou apenas deslocando-nos com a rapidez do gancho. O azul do mar convida ao mergulho, a paisagem convida ao convívio e ao banho de sol que por vezes até nos esquecemos que estamos cada vez mais próximos, no mundo real, das temperaturas mais frias do Inverno.
Claro que, rapidamente, nos esquecemos do aspecto paradisíaco e voltamos ao caos, à destruição e, antes que se esqueçam, às explosões [12]. Rico Rodríguez é praticamente um super-herói quando comparado com os inimigos que o enfrentam e a explosão [13] é quase sempre a solução para os enfrentar de uma forma exageradamente desequilibrada. Isto, se procurarmos a solução fácil porque, caso contrário, Just Cause 3 é muito mais divertido se tentarmos ser criativos. Agarrar com o gancho um inimigo e atrelá-lo ao nosso helicóptero é sempre divertido, apesar de brutalmente sádico. Claro que também as explosões [14] podem sempre correr mal para o nosso lado, se formos apanhados por elas e a nossa personagem morrer. Aí somos colocados frente-a-frente com o grande problema de Just Cause 3, os ecrãs de loading que demoram alguns minutos, à semelhança do que acontecia com Skyrim na PlayStation 3 há uns anos atrás. Não obstante, acredito que a Square Enix resolva este problema muito em breve com alguma actualização e mesmo que tal não aconteça, o tempo de espera durante os loadings é uma boa altura para imaginar formas diferentes de abordar as nossas aventuras e as nossas explosões [15] neste arquipélago paradisíaco.
Just Cause 3 não é um jogo profundo, muito pelo contrário, é um jogo com largas horas de diversão à vossa espera. Não há que pensar muito sobre a narrativa, há sim que andar “por ali” a explorar à maneira de cada um. Há que atirar granadas para sítios diferentes, observar o motor de física de Just Cause 3 a reagir, experimentar depois com mísseis e constatar que uma explosão [16] nunca é igual à anterior. Agarrar helicópteros com o gancho, acelerar por uma rampa para saltar desenfreadamente ou até voar de wingsuit pelo infinito do céu de Medici são acções que nos pedem que desfrutemos delas com calma, durante o tempo que acharmos que elas merecem. O jogo não nos cria entraves a isso e incentiva que o façamos. Sem grandes dúvidas, Just Cause 3 é, na sua essência, diversão pura e um título que todos os jogadores deviam ter a liberdade de explorar neste final de ano explosivo [17] para o mundo dos videojogos. Ah e quase me esquecia! Just Cause 3 está cheio de explosões [18], explosões [19] e mais explosões [20]!!!
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