Kork for Ipad
A cortiça made in Portugal chegou ao IPAD.
Alguns dizem que é mágico, outros que é muito limitado, mas a verdade é que o iPad é um dos maiores sucessos da Apple, tendo vendido 7 milhões de unidades em 2010. O lançamento do iPad gerou também muito negócio. Para além dos milhares de aplicações desenvolvidas (a app store atingiu os 10 mil milhões de downloads) o mercado de acessórios rapidamente começou a dar aos utilizadores várias opções para capas, malas e stands. A Kork não é “mais uma capa”, é um verdadeiro upgrade ao iPad, que não só o protege como o transforma, permitindo uma utilização confortável e maximizando as suas características. Na realidade, desde que coloquei a Kork ainda não a retirei.
A Kork é um produto da A PRODUKT sendo no seu mentor o dinamarquês, residente no Porto, Michael Andersen que no ano passado já nos tinha surpreendido com o simples mas útil Stickystrap para o iPhone. Trocámos algumas impressões com o Product Designer da “A PRODUKT” sobre a Kork, que tem recebido muita atenção de alguns dos mais importantes sites especializados em tecnologia e que estará à venda no MoMA em Nova Iorque nesta Primavera.
Há quanto tempo tens um iPad? Qual tem sido a tua experiência?
Como já tinha esta ideia em mente, fiz a pré-reserva através do meu irmão que vive em Nova Iorque, tenho desde que saiu para o mercado. Gosto muito, é um produto muito mais íntimo que um portátil por exemplo, basta ler um livro no iPad para perceber isso. O iPad veio preencher a vaga entre o telemóvel e o Portátil, mais uma aposta certa da Apple.
És um Apple fanboy? Já pensaste em criar produtos para outros gadgets?
Não posso dizer que sou um fanboy. Gosto muito da Apple a nível de Hardware e OS, mas como empresa já não são o que eram, cresceram a uma velocidade tal que afecta qualquer empresa. A Apple que conheci era mais humana, agora são a Apple Inc. Ou se faz à maneira deles ou nada feito.
Gosto muito do Jon Ive, um fiel seguidor dos princípios do Dieter Rams, que nos mostrou que design industrial é simplificar. “Weniger, aber besser” que se traduz “Menos, mas melhor”.
Em 2009 fizemos o StickyStrap para iPhone/iPod Touch, um gadget multi-funções único. Foi o nosso primeiro produto, que oferecia muitos usos diferente e a um preço muito competitivo, tanto é que apareceu na Gizmodo, Wired e muitos outros grandes sites e blogues de referência.
É claro que não nos vamos limitar a produtos da Apple. Há uma área vasta a explorar.
Compraste alguma das caixas/cases que existem no mercado para o iPad? Qual foi a tua experiência?
Sim, claro, testamos uma data deles, mas a ideia foi sempre fazer algo diferente, nunca copiar, isso seria suicídio comercial. Queríamos obviamente ter uma ideia da concorrência, faz parte do estudo de mercado. Sempre quisemos algo amigo do ambiente, baseado no uso do dia-a-dia, uma peça que melhorasse o uso do iPad a nível de praticabilidade e conforto.
Porque razão decidiste criar “mais uma” case para o iPad?
Mais uma, não é. Não é uma capa, nem uma caixa, distingue-se por ser uma peça única num material único, e que eleva a funcionalidade do iPad na área de uso, do conforto, da protecção além da sustentabilidade. Foi uma resposta ao mercado, a missão foi desenvolver uma concha que desse um toque menos techno-frio e mais ergonómico e natural. Um balanço entre a tecnologia e a natureza.
Como surgiu a ideia da cortiça como matéria-prima?
A ideia da cortiça já vem de trás, comecei a explorá-la há alguns anos, é um material incrível, é vivo. Para trabalhar um material tão complexo como a cortiça são precisos anos de experiência e know-how. É um material que não perdoa. Inicialmente contactei vários grandes nomes da indústria da cortiça em Portugal, mas não me convenceram como aposta em inovação. O facto de ter encontrado a 3-D Cork, uma PME altamente vocacionada para moldagem de cortiça, foi essencial para chegarmos ao que o Kork é hoje. Apoiaram o projecto desde o início, foram parte da equipa. Juntamente fizemos vários moldes e meses de testes para assegurar a densidade, qualidade e durabilidade do produto final.
Consideras que a cortiça é um factor diferenciador decisivo para o sucesso da Kork?
Não é apenas uma peça que protege, é algo único feito num material único, multi-usos, reciclado, reciclável e sustentável.
Para além do material a Kork tem muitos outros pormenores. Podes descrevê-los?
A peça é Unibody, ou seja, moldada para ter todas as funcionalidade incorporadas na própria peça em si. As paredes do Kork são anguladas para dentro de maneira a abraçar e fixar o iPad dos quatro lados. A parede do altifalante tem um ângulo de 45º de forma a projectar o som para frente na direcção do utilizador, a zona do microfone também para captação do som, eliminando o máximo ruído de fundo. A cortiça é um material que se agarra naturalmente devido à sua estrutura, ou seja tem um grip quando na mão e quando pousado ou encostado a outro objecto. Isto permite que o iPad se possa pôr praticamente em qualquer lado.
Como surgiu a possibilidade de colocar a Kork no MoMA?
Sempre quis ter um produto à venda no MoMA, foi uma questão de os contactar, explicar o produto e a sua razão de ser. A ideia foi muito bem recebida e pediram uma amostra, enviámos o Kork ainda em protótipo, foi sem caixa, sem logo, foi só a peça em cortiça, e adoraram. Fomos todos beber uma cerveja bem merecida.
Qual é a estratégia de comunicação e venda da Kork? Tem estado a correr bem?
Tem, chegamos à conclusão de que é um produto que dificilmente se vende sem as pessoas terem contacto e experimentarem a peça. As pessoas rendem-se uma vez que se seguram o iPad com o Kork, é intuitivo, faz sentido. Experimentem.
Já tens outras ideias que possas divulgar?
Para nós, divulgação é igual a lançamento. Com o MoMA arriscámos, e deu frutos, mas por norma não revelamos nada, não faz sentido divulgar trabalho em curso. Desde projecto à comercialização, o Kork só tem 9 meses, e tem tirado muito sono, tempo e dinheiro. Naturalmente temos ideias fixas para novos produtos, o que queremos é inovar com qualidade e design funcional, e se der para ser 100% português, melhor ainda.
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