Laurent Garnier
Mais um nome de peso da música mundial que visita a discoteca Lux em Lisboa. A festa está marcada para o dia 12 de Maio.
Se, ainda no mês passado, a discoteca lisboeta foi invadida pelos festejos da música de dança em formato colorido e divertido, com a presença de Afrika Bambaataa, este mês a proposta é bastante diferente embora também histórica. O veterano músico francês, Laurent Garnier, vem justificar, através de um dj set, as razões que o colocam na lista dos melhores djs e produtores mundiais de todos os tempos.
A história da música de dança na Europa muitas vezes mistura-se com a própria vivência deste músico francês. Laurent Garnier foi um dos pioneiros da cena de Manchester no final da década de 80. Ex-funcionário da embaixada francesa em Londres, o seu trabalho no legendário clube Hacienda serviu de inspiração para que os Stone Roses e os Happy Mondays começassem a misturar house com rock e transformou-o num dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento da música electrónica mundial.
No começo dos anos 90, Garnier voltou para Paris, onde começou a produzir e a gravar. Lançou “French Connection” e o single “Bout de Souffle” pelo selo da FNAC, depois criou a sua própria editora – F Communications – com o amigo Eric Morand. Depois de acumular alguns singles e colaborações lançou, em 1995, o seu primeiro longa duração,”Shot in the Dark”.
Lançado em uma dezena de países, “Shot in the Dark” serviu para dar início à nova onda da música francesa, a par dos Daftpunk e dos Air. O Techno e o House começavam a dominar a música de dança mundial e as principais festas. O segundo álbum, “30”, saiu em 1997, seguido pela retrospectiva “Early Works”. Depois de uma tour mundial no fim do século, incluindo festivais como Sonar, Creamfields, T in the Park e Montreux Jazz Festival, Garnier produziu “Unreasonable Behaviour”, lançado no começo de 2000.
Uma das principais características que fazem de Garnier um dos mais interessantes produtores e djs da actualidade é o seu ecletismo e capacidade de se adaptar às novas tendências da música, sem nunca perder a sua individualidade. Em 2003, lançou uma caixa limitada com 5 cds repletos de actuações ao vivo no período compreendido entre 1998 e 2002, onde se pode encontrar alguns dos sets mais emblemáticos do produtor francês, captados em diferentes festivais e aparições.
Durante estes últimos anos Garnier esteve mais “entretido” na produção de outros artistas e nas actuações ao vivo, ao lado de nomes mais ligados ao electro como Miss Kitten e Vitalic. Por isso, quando se soube que o francês iria lançar um novo álbum em 2005, as expectativas eram de que este novo registo espelhasse esta vertente mais electro do produtor. Esta ideia estava completamente errada, e Garnier surpreendeu tudo e todos.
“The Cloud Making Machine”, não é um disco para pistas, como a maioria dos álbuns anteriores. Laurent Garnier expõe todo um género de sonoridades, representativas do seu lado mais emocional, cinemático, maduro e experimental. No novo disco, Garnier contou com a ajuda dos amigos Scan X, Jori Hulkkonen, Llorca, Mr. Oizo e Readymade FC, todos do elenco do F-Comm. O resultado é um som bem mais “obscuro” e misterioso.
Mas será que vai ser este Garnier que vai estar entre nós no próximo dia 12 no Lux? Possivelmente o dj set do francês terá estas duas vertentes. O lado mais dark e pessoal deste último registo, bem como a vertente mais festiva e electro que o caracterizou nestes últimos anos. Mas o melhor é esperar para ver.
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