LEGO – 80 anos a brincar bem
O Campo Pequeno oferece, de 25 de Abril a 1 de Maio, uma oportunidade diferente de brincar em família, apreciar verdadeiras obras de arte ou simplesmente matar saudades
Ainda me lembro de quando recebi o meu primeiro LEGO. Não tinha mais de seis anos e ditou o rumo da minha infância. Era um LEGO “Fabuland”, um modelo que tinha figuras maiores, de animais. Lembro-me do prazer que me deu decifrar as instruções de montagem e ver nascer, à minha frente, uma construção feita por mim. Ao escrever estas linhas recordo esse momento, bem como tantos outros que se seguiram, com um sorriso. Daqueles que duram.
A partir daquele dia, no Natal ou aniversário, só pedia duas coisas: LEGO, ou dinheiro para comprar LEGO. As minhas brincadeiras deixaram de ser jogar à bola na rua ou andar de bicicleta e passaram a ser imaginar, construir, criar. Perante o olhar aterrado da minha mãe, misturava as peças e erguia cidades ou bases espaciais futuristas. Depois passava semanas a separá-las para as respectivas caixas. A este ritmo fui crescendo e pautando a minha infância.
Preciosidades em exposição
Assim como a mim, estas quatro letras inspiraram um número incontável de pessoas, através de diferentes gerações. LEGO. Leg godt. Brincar bem. Foi sob este lema que o dinamarquês Ole Kirk Christiansen começou a fabricar brinquedos de madeira e acabou por criar uma marca de referência que já passou a fasquia dos 80 anos. Uma marca que cresceu com peças simples e multifuncionais, mas que não deixou de acompanhar a evolução da forma de brincar dos mais novos. A LEGO não só oferece hoje uma panóplia de modelos baseados em temas populares, como o “Star Wars” ou o “Hobbit”, como também já chegou às consolas, ao cinema e à moda infanto-juvenil.
O “GTA” Lego já disponível na Wii U
É precisamente uma viagem pela história e pela diversidade deste universo o que nos oferece o Campo Pequeno LEGO Fan Event 2013, a decorrer naquela icónica praça de touros lisboeta entre os dias 25 de Abril e 1 de Maio. O objectivo deste evento passa por promover o hobby LEGO entre os mais novos e também a cidade de Lisboa, uma vez que terá transmissão para todo o mundo através dos canais da marca. Em exposição estarão construções que prometem maravilhar tudo e todos, desde réplicas do Cristo-Rei ou da Torre de Belém até à Câmara Municipal de Lisboa ou ao Estádio da Luz, que conta com mais de cinco mil figuras nas bancadas.
Campo Pequeno
Torre de Belém
A inauguração do evento, dia 24, contou com a presença do embaixador dinamarquês em Lisboa e com a apresentação da curta-metragem “The Lego Story: 80 Years”, uma retrospectiva animada da génese da marca. Algumas das obras estavam ainda a ser terminadas para a abertura ao público. Gerardos Brands, um dos construtores responsáveis, teve a seu cargo o projecto megalómano de projectar e erigir uma cidade. O desafio maior, conta, foi uma montanha, com vários níveis de altura e que inclui uma mina e uma linha de comboio. A cidade levou “dois meses e centenas de milhares de peças” a construir.
Gerardos fala com um brilho nos olhos, aquele brilho que nasce no mesmo lugar que o meu sorriso no início deste artigo (que ainda não desapareceu, por sinal). Observo-o enquanto vai completando os últimos detalhes. Recordo que o meu verdadeiro prazer não era brincar, mas construir, peça por peça, marcando pausas solenes entre cada passo do livro de instruções. Cada momento era puro prazer prolongado ao máximo. Olhando à minha volta não consigo deixar de sentir uma pontinha de inveja. Para o ano voluntario-me.
Fotografia de Rita Mota
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