Linda Martini
A Caminho da Aparição.
Decorria o ano de 2002, quando o André ( voz/guitarra), o Hélio ( bateria), o Luís e o Sérgio (guitarra) decidiram criar um projecto paralelo à sua banda de então, os Shoal. Quiseram fugir a uma sonoridade mais directa inerente ao punk-hard-core e entrar numa onda mais experimental. Assim, com a entrada de Claúdia e Pedro, a saída de Luís, chegámos à formação actual e os Linda Martini começam a aparecer. A partir das muitas horas passadas na sala de ensaios (durante dois anos), gravou-se a primeira maqueta e depois passou-se à estrada.
Segundo André Henriques, nada melhor que a estrada para “ao vivo teres sempre a liberdade de improvisares e jogares com os tempos e a estrutura”.
Os Linda Martini são naturais de Queluz e, em 2005, das cinzas e na sombra da cidade, por entre viagens suburbanas que os levaram a existir, embora com canções compostas em 2003 e 2004, mas por motivos profissionais de cada elemento, deram-se a conhecer. Estas canções parecem ter sido arrancadas de uma caixa de ritmos, onde as guitarras transportam uma energia tão alucinante, o baixo, a bateria em aceleração constante e, ao mesmo tempo, a frescura que transportam, próprias da canção Rock.
Influenciados por uma enorme variedade de estilos e géneros musicais, o seu som está bastante ligado aos discos que os marcaram, nomeadamente “Bleach” dos Nirvana, passando pelo histórico “Hello Nasty” dos Beastie Boys e por bandas indie como os Mogway e Godspeed you! Black Emperor.
Os Linda Martini situam-se entre uns Mão Morta e uns Sonic Youth a cantar em português. E depois, qual é o problema, se o fazem com grande mérito e estilo? De facto, a banda alfacinha promete ser uma das surpresas discográficas do próximo ano e já conseguiram captar a atenção dos mais informados.
Segundo os Linda Martini: “A opção pelo português surgiu naturalmente”. A razão é simples: “o inglês torna-se muito vazio e impessoal para dizeres aquilo que queres. Tu pensas em português, falas em português, sonhas em português, faz todo o sentido! Por outro lado o português colocava-nos um desafio maior, é mais difícil de musicar porque a língua é mais “quadrada”, o inglês é mais redondo, tudo soa melhor.”
O primeiro álbum, com lançamento marcado para o início de 2006, pela Naked, já está a criar muita expectativa à sua volta. Esperemos que encham muitos cofres, porque afinal é preciso dinheiro para se comprar cordas, pilhas, transformadores, baquetas e palhetas.
Enquanto o álbum não chega, podemos contar com “Amor Combate”, o cartão de visita da banda, bem como outras das pérolas que vale mesmo a pena apreciar, como, por exemplo, “este mar”, “partir para ficar”, “efémera” e “lição de voo nº1”. Uma verdadeira ode às canções rock.
Em relação à questão de existir uma nova vaga de valores seguros na Música portuguesa, nos quais incluímos os Linda Martini, quisemos saber com o que podemos contar da parte deles: “muito pouco. Não devemos esperar por coisas que não dependem de nós. O melhor é ter espírito aberto”. Serão assim tão modestos?
Já que falamos de talentos, o melhor é manter um espírito open mind, porque eles, os Linda Martini, já pertencem à Selecção de Esperanças Nacionais!
Nota: Já agora, para quem não sabe, Linda Martini é o nome de uma amiga italiana de um dos elementos da banda.
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