Lisb-On Jardim Sonoro 2017
“Um jardim na cidade é a minha praia.”, ouvi dizer por lá, enquanto a tarde se punha ao sol e trepava pela noite dentro.
Foi assim que o fim-de-semana se levantou em crescendo, na 6ª feira, primeiro dia do festival.
Logo após os Space Machine terem dado ordem para o lift off do festival, Etienne Jaumet conduziu-nos no seu saxofone até aos sons etéreos inspirados em bandas sonoras de sci-fi e sintetizadores.
A viagem pelo universo da electrónica levou-nos até estrelas cadentes e auroras boreais na nave da dupla islandesa Kiasmos. Não podemos imaginar outro destino quando ouvimos esta simbiose entre a música clássica e a batida electrónica mais experimental. As condições atmosféricas assim o pediam, o estado do tempo e o estado de espírito amenos, a luz natural a focar a Lua e a luz artificial a desfocar os corpos em cores vibrantes.
Já o recinto se enchia de troncos em movimento, quando Sven Väth os regava com os bpm’s do techno germânico mais puro.
No dia seguinte, o jardim florescia ao ritmo groovy da Tony Allen(da) do funk que nos apresentou o seu tributo ao “Art Blakey & The Jazz Messengers”. E assim se plantou o feeling para a entrada de espécies femininas. Quando Cassy entrou em palco já o jardim estava lotado e ansioso pela tão aguardada Nina Kraviz – a fina flor das pistas e uma aposta de raízes seguras no campo da electrónica.
Quem dança, seus males (es)planta! E foi assim que De Los Miedos, no palco secundário, acordou os mais destemidos com as sonoridades afro-latinas e uma curiosa seleção musical.
O melhor ficou para o fim. Fizemos a fotossíntese com Mike Stellar e Move D e ainda sobrou clorofila para mais tarde. Não houve cansaço nas pernas nem horas que travassem o corpo para o último dia do festival.
Em homenagem ao som da selva de Detroit, Motor City Drum Ensemble, traz-nos um set repleto de sementes de Disco e Soul.
Chega, por fim, a planta exótica que vai dando os seus frutos ao sabor da musicalidade do mundo. De influências árabes e reminiscências de uma viagem pela Índia, DJ Koze despediu-se de nós com um concerto que todos aguardávamos e não queríamos que terminasse. Mal soaram as 12 badaladas, a magia acabou mas a energia sobrou.
Foram 3 dias passados num ecossistema que respira das mais variadas ramificações da música dançante e da mais diversa fauna, ali reunida para celebrar este jardim sonoro. Em 3 anos de cultivo, o Lisb-on Jardim Sonoro já se tornou um pulmão vital no panorama de festivais nacionais de música electrónica.
Que a relva continue a fazer-se pista por muito tempo, por uma flora e fauna mais felizes.
Cassy
Cassy
Ambiente
Ambiente
De los Miedos
Ambiente
Ambiente
Etienne Jaumet
Etienne Jaumet
Etienne Jaumet
Kiasmos
Kiasmos
DJ Koze
DJ Koze
DJ Koze
Nina Kraviz
Nina Kraviz
Nina Kraviz
MCDE
MCDE
MCDE
MCDE
Texto por Mariana Machado e fotografia por Ricardo Dias.
Existe 1 comentário
Add yoursPost a new comment
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.
Muito bem