Lisboa está na Moda!

A 23ª edição da ModaLisboa vista e revista.

Nos dias 14, 15, 16 e 17 de Outubro, Lisboa foi palco da 23ª edição da ModaLisboa. Em Alcântara, no armazém Terlis, foram apresentadas 23 colecções de criadores e marcas para a Primavera/ Verão 2005. O nome HI-LIGHT dado a esta edição pretende realçar o destaque cada vez mais evidente a que a moda dos autores made in Portugal têm vindo a conquistar.

A ModaLisboa é uma iniciativa muito importante para a promoção da moda portuguesa quer a nível nacional como internacional. Esta promoção é essencial para o tecido empresarial e económico porque se cruza com a indústria têxtil portuguesa. A Câmara Municipal de Lisboa e a Associação ModaLisboa são os seus principais patrocinadores, uma vez que, devido aos cortes orçamentais dos programas comunitários, que condicionaram a internacionalização da ModaLisboa e dos criadores nacionais, a CML duplicou o apoio ao evento para não colocar em risco a sua realização. Assim, a CML é financiadora quase absoluta da ModaLisboa.

Nesta 23ª edição o catwalk do armazém Terlis deliciou com os nomes mais notórios da moda nacional e encantou com a apresentação dos novos “jovens” criadores nacionais com mais uma aposta no concurso LAB. A plataforma LAB tinha por objectivo mostrar as propostas de cinco novas promessas nacionais. São eles: Story Tailors de João Branco e Luís Sanchez; Joana Jorge; Priscila Alexandre; Pedro Waterland; e Ricardo Dourado. Estes novos olhares sobre a moda apresentaram-se como sendo mais experimentalistas e mais arrojados.

As marcas nacionais tiveram também um especial destaque nesta ModaLisboa. Num crescente reconhecimento, marcas como Lion of Porches, Globe Line e Cheyenne exibiram as suas colecções e demonstraram o porquê da consolidação do seu prestígio ao nível nacional e internacional. Para quem quer estar na moda memorize que os tecidos flutuantes, as sedas, os tons preto e branco, as cores alegres (em especial o verde e o rosa) e o uso de poucos acessórios são as escolhas para a Primavera/ Verão 2005.

As novas tendências apresentadas nesta 23ª edição prometem um Verão recheado de glamour, cor e elegância.

Os mais originais

Story Tailors. É a viagem de uma rapariga esquizofrénica numa consulta de psiquiatria.

Lidija Kolovrat. Peixe na Água. Este slogan firma o objectivo da sua colecção que é sentir a roupa e estar confortável.

Alexandra Moura. Hand Puppets. A transformação das coisas: o que era largo torna-se justo, o curto fica grande, o fluído faz-se armado e o linho transforma-se em madeira.

Maria Gambina. The Dark Side of Délicatesse. Uma colecção feminina, onde os pormenores em materiais leves constroem silhuetas volumosas mas com ritmo. O cão estampado nos tecidos simboliza a dualidade da colecção (dark/delicatesse).

Os mais extravagantes

Dino Alves. A saia é a peça de eleição e merece ser destacada. Esta ideia baseia-se na saia como uma das primeiras peças de roupa da humanidade.

Katty Xiomara. The Great Circus of life. A confusão da nossa actualidade e o direito ao sonho e ilusão são as ideias inspiradoras nesta colecção.

Os mais elegantes

Miguel Vieira. “Freddie”. O look dos anos oitenta a preto e branco é a aposta do criador. A aplicação de lantejoulas e fitas em peças clássicas sugerem ambientes de festa dos concertos de Freddie Mercury.

Louis de Gama. O transporte da sensualidade da roupa de noite para o vestuário de dia. Peças românticas em tecidos leves e luxuosos.

Alves/Gonçalves. Soft tailoring. A admiração da cultura dos anos 50 quanto aos “eveningwear” que foram actualizados por uma atitude descontraída e facilidade em vestir.

Ana Salazar. A atitude positiva transmitida por uma mulher que gosta de se vestir e de jogar com a cor e com a luz. O corpete em múltiplas cores foi uma das peças de destaque.

José António Tenente. Referências à geração do final dos anos 60 e da década de 70 com imagens de “chique descuidado” e de “descontraído cuidado”.

Nuno Baltazar. UNDER MY TRENCH-COAT. Com referência nos anos 40, esta colecção cruza personagens de vários filmes onde o espírito urbano está sempre presente com o trench-coat.

Histórias de passerelle… Pontos a melhorar…

Todos concordamos que a ModaLisboa é uma forma excelente de promover a nossa moda nacional. Contudo não podemos descuidar de certos formalismos que devem ser exigidos aos manequins. Nos últimos anos temos vindo a assistir ao aparecimento de novas caras e de novos conceitos de modelos. Várias escolas e cursos da área apareceram para ensinar e elevar o grau de profissionalismo dos nossos manequins. Alguns seguiram o sonho e conseguiram tornar-se conhecidos internacionalmente.

Mas para quem esteve presente neste evento ficou claro que a ModaLisboa tem que ser ainda mais exigente com alguns profissionais da moda. Tudo porque pequenos pormenores podem arruinar fantásticas criações ao desviarem a atenção do público para pequenos erros… Exemplos:

Puxar o vestido quando descai. Dá a sensação que a roupa que transportam é pouco confortável e praticamente impossível de usar.

Nódoas negras berrantes. As nódoas negras assustam e desviam os olhares do público das criações… quando são nos pés temos o mesmo problema retratado em cima… os sapatos não devem ser de todo confortáveis!!!

Corcunda de Notre Dame. Será que os criadores querem marcar a sua diferença através de manequins corcundas e enfezados?? É obviamente uma inovação no universo da moda… Felizmente não foram todos os modelos que seguiram este conceito… Muitos deles eram profissionais e elegantes.

A vida social da ModaLisboa

Cada ano que passa a ModaLisboa torna-se cada vez mais reconhecida, trazendo a Lisboa um crescendo de jornalistas nacionais e internacionais. Aos jornalistas juntam-se figuras públicas de varias áreas: política, entretenimento, desporto, empresários e curiosos. A organização da ModaLisboa presenteou este auditório com a simpatia dos patrocinadores que deliciaram com as ofertas de múltiplos produtos.

Deste evento ficou a promessa que a moda nacional não está em crise e que a cada edição Lisboa está cada vez mais na moda…

– Texto Redigido por Ana Filipa Nunes –



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