L.U.M.E. + Dead Combo e a Royal Orquestra das Caveiras @ CCBeat
A contemporaneidade da música portuguesa mostrada em vários ritmos.
Terá conseguido o CCB atrair um novo tipo público e incluir na sua programação novas sonoridades com uma postura irreverente? A resposta é afirmativa e a confirmação está no sucesso que foi o 1º dia do CCBeat, a 19 de Maio. Com o propósito de dar a conhecer as “novas tendências da música urbana” esta nova linha de programação musical do CCB foi inaugurada com o concerto dos lisboetas L.U.M.E (Lisbon Underground Music Ensemble) e os veteranos Dead Combo.
Foi com o grande auditório quase lotado e num ambiente bastante informal que os quinze músicos (em que apenas existe uma mulher) que compõem o colectivo L.U.M.E. subiram ao palco e soltaram os primeiros acordes musicais da noite, como se estivessem a afinar os seus instrumentos. Com um repertório irreverente baseado em sonoridades como o jazz, a pop, o rock e a música clássica, os músicos fizeram com que as melodias transportassem o público até aos anos 50 quando o boom da música jazz se espalhou por Nova Orleães e as Jam Session eram recorrentes. Os solos de bateria, saxofone e clarinete arrancaram do público aplausos entusiásticos e criaram um clima cheio de vibrações positivas.
E assim, durante uma hora o pianista Marco Barroso, que também assume o papel de maestro e compositor, liderou a banda com o seu estilo descontraído e igualmente contagiante, na qual apresentaram 6 novos temas do seu último trabalho lançado recentemente.
Mas o público aguardava ansiosamente a entrada dos Dead Combo em palco em conjunto com a Royal Orquestra das Caveiras que subiu ao palco após alguns minutos de intervalo para a mudança de “cenário”.
Rodeados de guitarras e dos outros instrumentos que compõem a orquestra, o duo composto por Tó Trips e Pedro Gonçalves começaram o seu concerto com as músicas «Putos a roubar maçãs» do aclamado álbum “Lusitana Playboys” e «Esse olhar que era só…». Com a sua voz tímida, mas ao mesmo tempo forte, Pedro Gonçalves apresenta os temas tocados ao público que aplaude euforicamente ao fim de cada música. No palco, os jogos de luz criam um aspecto de penumbra e as sombras dos músicos que reflectiam na tela transmitiam a real euforia e paixão que os músicos sentiam enquanto tocavam.
Entre as músicas tocadas, destaque para a grandiosa «Lusitana Playboys», que foi composta com base na historia de “dois gajos que vão ao Cais do Sodré e que acabam à pancada por causa de duas miúdas e de dois marinheiros” e «Rodada».
Para surpresa de todos, os Dead Combo e a “sua” orquestra subiu ao palco para um encore de quatro músicas, em que a última serviu para terminar num enorme ambiente de festa – a versão de «Living la vida loca», um grande êxito dos anos 90 interpretada originalmente por Ricky Martin. E assim terminaram em beleza numa noite que estava quente e que aqueceu ainda mais com estes ritmos fortes e que são mais do que uma promessa no panorama musical português.
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