“LOGAN”
Os heróis também envelhecem.
São poucos os filmes que abordam a velhice.
Talvez porque é um tema difícil para a sociedade ocidental de hoje, demasiado focada na juventude, garante de sucesso e felicidade.
O realizador James Mangold é o homem por de trás de “Logan”, o filme onde Hugh Jackman encarna (quiçá pela última vez) a personagem da banda desenhada Logan/Wolverine.
Estamos em 2029 e encontramos Logan a trabalhar como motorista de uma limusine de aluguer. De cabelo grisalho, rugas e andar cocho, este é um Logan envelhecido. Não quer meter-se em confusões e o seu objectivo é juntar dinheiro para “desaparecer do mapa” com Xavier, que agora tem 90 anos.
Como é a velhice para estas personagens? O argumento de Scott Frank retratou-a como igual à de qualquer pessoa.
Logan, o humano que se auto-regenera, precisa de óculos para ver ao perto e Xavier, o maior telepata, sofre de demência.
A velhice tornou Logan ainda mais sombrio e a Xavier concedeu-lhe um optimismo irrealista. A ambos, confrontou-os com as mazelas físicas e emocionais da condição de mortais: cansaço, dores, doenças e comprimidos.
James Mangold coloca a pergunta: como é que estas personagens vão encontrar o seu fim?
Neste caminho, estes dois homens protegem-se: Logan cuida fisicamente de Xavier e ele cuida emocionalmente de Logan, tentando, como sempre, que ele aceite o amor dos outros. Por isto, esta é também uma história sobre uma relação filial, em que Xavier está sempre a dar lições ao “filho” e Logan cuida da saúde frágil do seu “pai”.
Estes personagens tornam-se mais próximos, reais, porque percebemos as suas vulnerabilidades, porque já vimos ou sentimos os seus receios e por isso acompanhamos a sua viagem até ao fim.
Ilustração Joana Fernandes
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