M.Ward @ LAV – Sala 2 (26.05.2023)
No dia 26 de Maio do ano de 2023, reunimo-nos na Sala 2 do LAV para receber uma lição sobre a canção amricana; aquela matriz que combina folk, rock e blues (entre outros géneros) de uma maneira única e muito própria. Ora, M.Ward é doutorado no tema.
Há uma mesa baixa, daquelas de café, com um pequeno candeeiro em cima, com pouca luz. Apenas a necessária. Podia ser uma cena de uma qualquer sala de estar, mas é o palco porque junto encontram-se também duas guitarras acústicas.
Exímio na guitarra, arranca com «Eyes On the Prize», com a sua voz doce e rouca, perfeitamente equilibrada. «Chinese Translation» mostra-nos que cada canção é uma história e há um respeito comovente de parte a parte. Entre quem conta e quem escuta.
Há apenas uma guitarra em a voz de M. Ward, mas não há duas canções iguais. É incrível como o mesmo instrumento pode ser tocado de formas tão dfirentes, basta mudar quem está a tocar. «I’ll Be Yr Bird», sempre com uma voz que nos aconchega, é um óptimo exemplo disso.
A harmónica surge para acompanhar em «Fuel For Fire». Faz bem à saúde ouvir o M.Ward e por isso brindamos, com Ward a perguntar o podemos dizer: “Saúde!”. Calha bem. Há espaço para Dylan, na forma um cover de «Workingman’s Blues #2». É omnipresente e é seguro dizer que sem Dylan, este M.Ward não existiria.
M.Ward diz-nos que há sereias em LX, momentos antes de nos apresentar «For Good», uma das canções novas que fará parte do novo disco de originais que será editado no próximo dia 23 de Junho. Segue-se «Poison Cup», que marca um regresso ao passado, mais precisamente ao álbum “Post-War” de 2006. É genuína a boa disposição e prazer que demonstra em estar ali, mesmo que com pouca gente.
As novas canções de M.Ward deixam antever um novo álbum muito interessante, como é o caso da homónima, «Supernatural Things», baseada num sonho que M.Ward teve sobre o rei, Elvis Presley.
“Transfiguration of Vincent” é de 2003 e continua seminal na sua obra. «Let’s Dance», mesmo com uma falsa partida relembra-nos isso. Por esta altura, Ward mostra-se aberto a alguns pedidos do público, por isso não é de todo estranho quando o pedido da «Undertaker» é acedido. “Take me under, undertaker / Take me home”.
«Clean Slate» relembra-nos algo que todos nós procuramos a dado momento da nossa vida. Uma hipótese de recomeçar de novo, sem fantasmas. Como uma tábua rasa. Imaginem apenas ter de fechar os olhos… respirar fundo e recomeçar. “Yeah I only had to wait a little while / Before I got my clean slate.”.
«I’m A Fool» e «Out Of My Head» encerram um concerto magnífico, honesto e com entrega absoluta. Um concerto capaz de nos arrancar um sorriso tolo e de colocar dificuldades em abandonar o palco/plateia (era válido para os dois casos), pelo simples motivo de estar a ser um prazer enorme estar ali.
Thank you, Mr. Ward!
Texto por Miguel Barba e fotografia por Graziela Costa.
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