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Maison Martin Margiela

Margiela fora da Maison.

Não existem grandes registos visuais de Martin Margiela. Na verdade nunca existiram, já que o designer nunca se expôs muito. Opções que, quem conhece o designer mais avantgarde da cena fashionista actual, já conta.

O que talvez ninguém estivesse à espera, é que as suas poucas aparições terminassem num desparecimento total.

Mas assim foi. Assim é: o designer largou a casa fundada por si há 22 anos atrás e não vai ser substituído.

Assim, a Maison Martin Margiela que desde 2002 pertence na sua maioria à italiana Diesel, permanecerá com a equipa criativa que o seu fundador reuniu, sem a supervisão de um director criativo.

Há quem aponte como o princípio do fim do mecanismo das substituições. Depois de Karl Lagerfeld em 1983 na Chanel, ou John Galliano, cerca de quinze anos depois na casa Dior, as grandes maisons da moda, começam a crer que os grandes nomes são insubsitituíveis.

Como afirmou Giovanni Pungetti, chief executive da Maison Martin Margiela “Teria sido muito simples contratar alguém, e nós avaliamos essa opção, mas no final, o importante é o gosto do designer”.

Apesar da notícia só ter sido lançada recentemente, a saída de Mister Margiela já remonta há uns quantos meses. Depois das fofoquisses fashionistas que apontavam como principal causa um possível desentendimento entre Margiela e Renzo Russo fundador da Diesel, os rumores foram desmentidos por Mr. Pungetti, que insiste que a saída do francês vanguardista não foi mais que o resultado de vinte anos de muito trabalho e mais sucesso.

A notícia abalou muitos mas não impediu a evolução. Muito pelo contrário. Lojas Martin Margiela foram abertas em todo o mundo desde Hong Kong a Moscovo, passando por Munique, ou ainda uma loja pop-up na Art Basel Miami Beach.

Também a primeira fragrância Margiela será introduzida no mercado durante o próximo ano pela L’Oréal e um hotel termal abriu recentemente em Bordéus.

Se a marca Margiela permanece vibrante e vital, sem uma força criativa – e só o tempo dirá se a imagem está desaparecendo – a iniciativa Margiela será estudado por muitas marcas históricas tentando permanecer relevante no século 21.

Espera-se que uma equipa dedicada – cerca de 28 pessoas trabalham a marca Margiela – consiga funcionar sem um criativo “pai”. De resto, seria triste ver morrer uma marca que há 20 anos já via muito mais à frente. Esperemos, sinceramente, que não.



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