Mamba-de-Jameson
A cobra da pensão amor vê tudo ....
Foi ‘sem medos’ que quatro artistas plásticas aceitaram o desafio da Pensão Amor para se juntarem à marca de whisky Jameson e desenharem uma obra em forma de cobra na fachada cor-de-rosa do edifício que acolhe a pensão, no Cais do Sodré
São elas Ana Velez, Joana Gomes, Maria Sassetti e Xana Sousa, que juntas formam o Atelier Contencioso, sediado na LxFactory — gerida pela Mainside, que também é a promotora da Pensão Amor. Das mãos destas artistas saiu a ‘Mamba-de-Jameson’, uma obra tridimensional em forma de cobra com ‘um olho tudo vê’, por entre luzes, brilhos, cores e neons que se transformam e iluminam dia e noite.
É a partir desta escultura, que vai beber inspiração ao mote Sine Metu (Sem Medo), que a marca Jameson vê concretizado o seu maior mote e o seu espírito destemido e aventureiro. Destemida é também o nome da mulher que deu origem à lenda por detrás da cobra: uma mulher de uma beleza imensurável que perdeu a sua forma depois de ter partido para o oceano em busca do seu grande amor. Era ele um marinheiro irlandês, de seu nome Thomas que se propagava como sendo portador de uma bebida mágica (o whisky Jameson). O pavor de que a bebida viesse a acabar instaurou o caos e todos os homens se apressaram a espalhar o mito de que esta era uma bebida exclusiva para os homens. Destemida, a meretriz ignorou a restrição e entre eles nasceu uma folgorosa paixão. Durante semanas viveram bêbedos de amor sem se deixarem ver, até ao dia em que Destemida acorda sozinha na cama e enlouquece. Desesperada e sem encontrar o seu amor, a meretriz transforma-se em escamas e penas e parte por mar e ar em busca da sua paixão. Depois de o procurar durante 150 luas pelo mundo, desistiu e viu o seu cobro transformar-se em penas e escamas que, formado a cobra Mamba-de-Jameson que deslizou pelas árvores do cais até se enrolar no quarto da pensão onde se amaram.
É desta tragédia que nasce assim esta instalação de 120 metros quadrados e que traz consigo a lenda através do brilhante olho da cobra que ‘tudo vê’ e que todas as noites lança atentos olhares à vida boémia do Cais, na esperança de reencontrar o seu amor. Naturalmente, a escolha do local não foi ao acaso: o edifício que hoje acolhe a Pensão Amor está instalada num edifício que data do século XVIII onde, na altura, funcionava um prostíbulo. Trata-se assim de um sítio icónico pela sua ambiência e tradição, e que em tudo se coaduna com a instalação e respectiva lenda.
Durante a inauguração da instalação, contaram-nos as artistas que este foi um projeto arrojado, construído a oito mãos e que durou cerca de um ano a ser concluído. A metamorfose da peça, entre o dia e a noite, é aquilo que mais distingue esta peça, que é composta por várias chapas de alumínio onde cada uma foi trabalhada individualmente por cada uma delas, de forma a manter a criatividade pessoal de cada uma.
Galeria:
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