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Márcia relança “Dá”

A cantautora baralha com JP Simões e volta a “Dar”. «A Pele que Há em Mim» foi um dueto viral no facebook e número 1 no iTunes. O início quase perfeito para a reedição de "Dá" agora a 21 de Novembro.

Há histórias de “Era uma Vez”, e outras que não se contam de uma só vez.

A história de Márcia é um pouco assim. Pertence à nova e boa vaga da música portuguesa e tem por isso e ao mesmo tempo voz própria e um quê de caixa de surpresa que se abre já o trabalho vai longo. Seja como for, há sempre uma história e a de Márcia vai-se fazendo pelas músicas que escreve com acento tónico nas letras e na mensagem sublinhada a ternura.

No dia em que vê chegar às lojas a nova edição do álbum “Dá”, Márcia dá-nos uma entrevista relâmpago para nos ajudar a virar as folhas. O resto conta-se nos próximos concertos: 26 de Novembro no Teatro São Luíz, Festival Lisboa Mistura e dia 7 de Dezembro com o concerto de lançamento no Museu do Oriente. (Vitória, vitória.)

Do primeiro lançamento de “Dá”, no Lux, faz hoje quase um ano. Ao dia de hoje, o que tens feito?

Foi um ano muito cheio e muito rico, em muitos campos. Tive um ano a experimentar o “Ensemble” que toca o disco comigo, a praticar e a viver tudo isso em várias situações diferentes. Acho que tive bastante espaço para crescer.

Conta-nos o porquê por detrás desta reedição do teu álbum “Dá”.

É um disco que tem muito ainda para Dar. E talvez seja uma forma de comemorar o seu primeiro aniversário, e a minha chegada à editora EMI. Ainda há muito trabalho para fazer, e muita música também.

«A Pele que Há em Mim» resultou no dueto com Jp Simões. Como surgiu a ideia, como correu o processo e, sobretudo, como recebeste o resultado de se tornar viral no facebook e top no iTunes?

Eu sempre admirei muito o trabalho do JP, e quando pensámos em relançar o disco surgiu a ideia de incluir «A pele que há em mim», por ser uma música muito querida pelo meu público, mas reinventada.

O JP era talvez o único cantor / escritor de canções que eu imaginava a entrar naquele universo, e a acrescentar algo de novo, que tivesse sentido. As minhas expectativas foram totalmente correspondidas e fiquei muito feliz com o resultado. Se teve muito sucesso no FB e Itunes, é sinal de que as pessoas também ficaram.

Referiste no facebook, onde te seguimos junto com os fãs, que em Novembro tiveram boas novas tuas e desta reedição, que estavas surpresa e alegre. O que é que de facto esse sucesso vem significar para ti?

Significa apenas que as pessoas gostam de ouvir a minha música. É a elas que eu sempre a quis fazer chegar.

Neste caso concreto, fiquei muito feliz por sentir que houve tempo por parte das pessoas para ouvir uma canção, na internet, de aproximadamente 4 minutos. Parecendo que não, isso começa a tornar-se raro hoje, com o ritmo acelerado com que nos vamos habituando a viver. Por isso, sabe muito bem sentir que em algum momento, aquelas pessoas pararam e ouviram, desfrutaram de um pouco de calma através da música.

Gostava de conseguir proporcionar isto aos outros.

«A Pele que Há em Mim», o primeiro videoclip ganhou o prémio Monstra e agora tem novo vídeo com o JP Simões, qual dos dois vídeos é mais Márcia ou o que existe de Márcia em cada um deles?

O videoclip do tema original foi feito com muito carinho, concebido por mim e pela minha amiga Teresa Cortez, que trabalha sempre o meu artwork comigo. Pensámos muito no “guião”, e na linguagem plástica, e eu não queria aparecer. Foi um processo muito bonito.

Este novo vídeo tem mais dois anos de vida e de música. Eu assumi a minha pessoa, e ela está à vista, e a do JP Simões também. Foi o Filipe Cunha Monteiro que realizou e pensou todo o vídeo, e eu confiei inteiramente na sua direcção, como aconteceu no vídeo do «Cabra-Cega» e acho que ficou muito honesto e, modéstia à parte, muito bonito!

As tuas letras andam um pouco por todo o lado a enternecer as pessoas. Gostaríamos de saber da composição, inspiração, mensagem.

As letras vêm todas da minha necessidade de escrever, e cada uma tem a sua mensagem.

Depois de escutar o teu myspace é difícil ter uma música preferida. Tu consegues? Tens relação especial com alguma?

Não tenho nenhuma preferida. Cada canção conta uma história, marca um momento pelo qual passei. Sinto carinho por todas elas. Talvez o «Vem» seja uma canção que me faz sentir sempre alguma magia, em parte porque os arranjos estão todos a contribuir para aquele ambiente.

Revela-nos as tuas influências.

Tenho a Joni Mitchell na fase “Travalogue”, a PJ Harvey neste úlitmo “Let England Shake”, a Ricky Lee Jones, o Bonnie Prince Billy, e a clássica Nina Simone como presenças constantes. Vejo a música brasileira, em geral, como uma influência e também gosto de alguns aspectos da música francesa.

Hoje, afinal, dando voltas à letra voltas “a jogar à Cabra Cega”, agora com uma nova energia?

Tenciono continuar a fazer as coisas com calma, e naquele que entendo ser o tempo certo. No concerto de 7 de Dezembro terei, para além do meu “Ensemble”, alguns amigos em palco comigo, como convidados especiais para uma comemoração; o Samuel Úria, o JP Simões, entre outros músicos pelos quais tenho grande admiração.

Fotografia por Joana Barra Vaz



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