Mark Knopfler | “Privateering”
Apesar de alguns momentos menos conseguidos, “Privateering” é um disco caloroso e autêntico, que parece ter-nos sido oferecido por uma alma silenciosa
A voz de Mark Knopfler pouco mudou desde os anos 1980. Porém, assim que se desfez dos Dire Straits em 1995, Knopfler arrancou a fita da cabeça e iniciou uma carreira a solo, pautada por um country-blues comedido que tem merecido uma audição atenta.
É o caso de “Privateering”, o seu sétimo longa-duração, composto por duas rodelas onde descobrimos sons que agarram como raízes inglesas e americanas. Há country à antiga («Seattle»), blues de beira de estrada («Don’t Forget Your Hat»), uma verdadeira – e muito amarela – gema folk («Redbud Tree»), baladas para serem acompanhadas com whiskey irlandês («Kingdom of Gold»), aproximações a la Tom Waits com sopros pedidos de empréstimo aos Beirut («Radio City Serenade») e gaitas-de-foles que evocam montanhas e céus cinzentos.
Tudo isto moldado por uma voz com muita personalidade e uma guitarra eléctrica que respira elegância, e que soa melhor do que nunca. Apesar de alguns momentos menos conseguidos – os blues onde decide emprestar um pouco mais de ruido -, “Privateering” é um disco caloroso e autêntico, que parece ter-nos sido oferecido por uma alma silenciosa. Se decidirem invadir a privacidade de Mark Knopfler, não darão o vosso tempo por perdido.
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