Marvel Lima | Entrevista
A entrevista com os Marvel Lima sobre o álbum de estreia.
Os Marvel Lima estão prestes a editar o álbum de estreia homónimo no próximo dia 14 de Outubro. São únicos, originais e alentejanos de Beja, embora andem por Lisboa nos dias que correm. São cinco; José Penacho, Diogo Vargas, Luis Estanque, João Romão e Diogo Marques. Quando escutamos qualquer uma das nove canções que integram “Marvel Lima” é fácil pensarmos em psicadelismo, rock, anos 70 e num toque latino. Tudo misturado nas quantidades certas. Nunca se desequilibra. A Rua de Baixo quis saber um pouco mais sobre o que aí vem e sobre o caminho percorrido até aqui e, por isso, colocámos algumas perguntas ao Diogo Vargas.
Não é todos os dias que se ouve falar numa banda de Beja e ainda para mais com um nome tão apelativo. Falem-nos um pouco sobre vocês. Como surgiram e qual a história por detrás do vosso nome?
A banda surgiu no final do verão de 2013. Estávamos todos numa fase em que queríamos alguma coisa nova depois do término dos projetos anteriores onde estávamos envolvidos. Conhecemo-nos há muitos anos, grande parte de nós desde infância e acho que era só uma questão de tempo até arrancarmos com um novo projecto o que acabou por acontecer com alguma naturalidade. Eu e o Zé (José Penacho) tínhamos bastantes interesses em comum, nomeadamente relativos a música de influência latina, e acho que isso acabou por se “alastrar” sem qualquer tipo de resistência ao resto dos elementos, talvez porque todos nós queríamos desviar um pouco do post-rock que era a o género do qual todos nós provínhamos.
O nome da banda está relacionado com a nossa sala de ensaio em Beja, onde tínhamos a parede pintada de um verde lima muito intenso, impossível de não te estimular de alguma forma depois de passares horas naquele envolvimento. Dai o Lima. O Marvel está relacionado com a parte mais psicadélica e espacial da banda, e é uma associação ao que é maravilhoso, “marvelous”.
A vossa sonoridade é única. Sente-se um cunho próprio e acho que foi exactamente isso que me chamou a atenção para vocês. Como encontraram essa sonoridade? Foi algo deliberado ou foi o resultado de um processo de crescimento e de experimentação?
Quando iniciámos o projeto tínhamos como objetivo principal fazer músicas em que a secção rítmica fosse um elemento marcante da nossa música. O “groove” era um elemento essencial e a que acho que conseguimos ser fiéis ao longo do álbum. O inicio foi um processo de experimentação, cantar em espanhol e em inglês, foram a primeira opção. Acabámos por nos aperceber que ambas resultavam consoante o que a parte instrumental oferecia e culminando no facto de que o idioma não deveria ser um elemento impeditivo ou castrador do que poderia ser o projeto. Isso levou-nos a ter também uma música com uma parte em português. A parte melódica ficou a cargo da guitarra, dos teclados e do baixo.
Não foi algo deliberado, foi algo que acabou por surgir naturalmente. Mas é certo que houve um crescimento. Acabámos por simplificar muitas das ideias iniciais para dar espaço a todos os instrumentos, sobretudo a nível melódico. Foi um processo necessário que serviu para amenizar o “caos” que às vezes nos deixávamos embalar.
Há alguma banda ou nome que sintam ter (ou que tenha tido) uma influência decisiva na definição do vosso som? Se sim, quem e porquê?
Não, tivemos sempre várias influências durante o processo de formação e composição do disco, vários nomes foram importantes no nosso percurso mas não houve um que tenha ditado maioritariamente o caminho do nosso som.
Falemos um pouco sobre o “Marvel Lima”, o álbum. «Mi Vida» já foi dada a conhecer em 2014. Desde então já passaram quase 2 anos. Querem contar como “cresceu” o resto do álbum durante esse período?
Acho que as bases do álbum ficaram definidas no verão de 2015, altura em que estávamos a acabar a pré-produção. Fizemos várias alterações nesta fase, que só eram possíveis havendo capacidade de ouvir o que tocávamos de uma forma diferente.O lançamento da «Mi Vida» em 2014, foi uma experiência para ver o que resultava melhor a nível estético, para ver a reacção do público ao que estávamos a fazer e sobretudo para conseguirmos começar a tocar em alguns espaços. O tempo que estivemos “parados” não foi algo que estivesse nos nossos planos. O baterista com que iniciámos o projeto saiu na altura em que íamos começar a gravar, e entrou o Diogo Marques, que precisou de tempo para assimilar as malhas para a captação. O processo de captação e mistura também foi demorado, o que levou a que o álbum ficasse terminado tão tardiamente em relação ao lançamento da «Mi Vida».
O que mais gostam no vosso álbum?
É uma pergunta um pouco difícil de responder. Acho que cada um de nós vê o álbum de uma forma diferente. Eu adoro o facto de o álbum ter diferentes registos sem que contudo se desvie das linhas que definimos no inicio. São malhas que nós adoramos tocar e que nos fazem sentir coisas, o que tentamos transmitir ao vivo.
E para terminar… O que podemos esperar do concerto de apresentação no Musicbox?
No Musicbox vamos tocar o álbum na integra com alguns convidados, amigos que nos acompanharam ao longo do tempo. Vão dar neste concerto um acréscimo ao que temos, podemos dizer que vão dar uma roupagem diferente ao que está gravado. Vai ser especial.
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