Matt Elliott @ ZDB
Dia 10 de Fevereiro acolhemos o músico britânico.
Por muitos considerado “o homem que faz música complicada”, Matt Elliott estreia-se em Portugal com o seu álbum de estreia em nome próprio na bagagem – “The Mess We Made”. A carreira deste músico de Bristol é sem sombra de dúvida bastante interessante e a sua forma de encarar a música sempre foi inovadora e extremamente criativa, nunca caindo na rotina e monotonia, procurando novos caminhos para a sua expressão artística.
O seu percurso artístico começa nos “Flying Saucer Attack”, provavelmente uma das bandas mais barulhentas dos anos 90, tendo também participado em gravações com os “Amp”. Mesmo durante as suas participações nestes dois projectos, já assinava o seu trabalho como “Third Eye Foundation”, tendo depois decidido partir para uma carreira a solo. O som gritante das guitarras foi alterado para ambientes electrónicos e ritmicamente complexos. A utilização de diversos tipos de sonoridades num mesmo tema, que passam do drum n’ bass ao rock experimental, colocou o seu projecto numa nova sub-categoria apelidada por alguns de “drill n’ bass”. Lançou vários álbuns, bastante aclamados pela crítica, até ao ano passado altura em que decidiu retirar a máscara e começar a assinar os seu trabalhos em nome próprio.
Desta forma, não é surpresa nenhuma que o álbum de estreia de Matt Elliott, “The Mess We Made”, esteja focalizado principalmente na electrónica e seja ao mesmo tempo um registo de continuidade do seu trabalho ao longo de uma década e uma descolagem dos ambientes criados no passado. Mas outra coisa não seria de esperar de Matt Elliott.
Perturbador, complicado e estranho. Estes são alguns dos adjectivos que podem caracterizar este primeiro registo de originais do músico. “The Mess We Made” necessita de paciência por parte do ouvinte, pois cada vez que o escutamos, o álbum é redescoberto e os inúmeros pormenores que cada tema apresenta vão sendo dissecados. Imaginem-se numa sala completamente escura. Com o passar do tempo os vossos olhos vão-se adaptando ao ambiente e as formas dos objectos começam a surgir da escuridão. O mesmo acontece com a música de Matt Elliott.
Serão os temas deste álbum que teremos oportunidade de ouvir dia 10 de Fevereiro na Zé dos Bois, num concerto aconselhado a quem conhece e gosta do seu trabalho e a todos aqueles que não têm receio de descobrir e penetrar num manto sombrio, mas ao mesmo tempo cativante, de sons e conceitos.
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