usg

MIL Lisboa | Dia 2 (29.09.2023)

O segundo dia de concertos no Cais do Sodré, organizados pela rede do MIL Lisboa, arrancou no Musicbox, onde sentimos a profunda e obscura actuação de Krissy Mary. A norueguesa, que está à beira do segundo trabalho de estúdio, mostrou-nos a sua folk quente vinda das terras geladas, com a qual tece temas de solidão e desamor, numa toada que por vezes abraça a americana.

Permanecemos no Musicbox, após aconchegar o estômago, para receber uma das bandas mais estimulantes do panorama português: Glockenwise. E que bênção foi poder desfrutar das acutilantes e frescas composições do grupo barcelense, que ia ficando abismado com a forma afincada que o público ia progressivamente vibrando com o que ecoava do palco. Por entre os temas mais luminosos de “Plástico” e o nevoeiro de “Gótico Português” cimentaram mais um bocadinho a sua condição.

Dentro do Estúdio Time Out, os Unsafe Space Garden cultivaram as suas mensagens bem actuais por entre a esquizofrenia e paleta de cores que os seus sons abarcam, deixando sempre boquiaberto quem esbarra com eles pela primeira vez, ou que assiste às suas actuações. Da doçura à fúria, da melancolia ao contagiante riso geral em fracções de segundos. A verdade é que é impossível ficar insensível a este colorido colectivo, uma autêntica montanha-russa (ou um parque de diversões inteiro até) que vai transmitindo pensamentos prementes por entre os pingos dos acordes.

Entretanto, no B.Leza, a festa popular provocada pelos Bandua estava em grande ebulição. Transbordava uma energia especial do palco, com a dupla Tempura e Edgar Valente a explorar a vertente mais electrónica da sua obra, propulsionando a massa humana presente, que dava largas à arte da dança, mostrando que mesmo a melancolia pode dar azo ao transe, bastam os sentidos estarem abertos e interessados.

Terminámos a segunda noite onde o abrimos, no Musicbox, com o justificado entusiasmo de testemunhar a aparição de Papillon no MIL Lisboa 2023. Acompanhado “apenas” por guitarra (Diogo Púrpura) e bateria (Hayden Nóbrega), o respeitado MC assinou mais uma performance bem electrizante, com um fantástico elo para com os espectadores, algo que assinala bem a empatia e simpatia que exibe desde os primeiros instantes em palco.

Leiam aqui a reportagem do primeiro dia de festival.



There are no comments

Add yours

Pin It on Pinterest

Share This