Miles Kane @ LAV (01.03.2024)
Sexta-feira à noite continua a ser um período ansiado, conclusão da semana de trabalho e
início do fim-de-semana, reveste-se sempre de alguma expectativa, somos inundados por um
burburinho que nos impele para estar com amigos, na companhia de um ou outro copo, com
moderação, claro! e ao som de boa música daquela que nos desafia a dançar.
Esta Sexta-feira, 01 de Março, teve tudo isso. Uma verdadeira Friday Night, hedonista e
prazerosa.
Miles Kane, músico inglês, veio ao LAV, para apresentar o seu novo álbum a solo “One Man
Band”. O recinto, apesar de não estar cheio, estava animado com público de todas as idades e
muitos estrangeiros que, decerto, aproveitaram a escapadinha a Lisboa também para ouvir o
músico.
A primeira parte foi assegurada por Ten Tonnes, nome artístico do jovem músico britânico
Ethan James Barnette. Este conta já com uma discografia que tem despertado o interesse do
público e da critica. O cantor e a sua guitarra não deixaram os seus créditos por mãos alheias e
fizeram jus às expectativas, boa voz, sonoridade clássica, mas rica, com temas bem lapidados.
Finda a primeira parte, o habitual interregno, o compasso de espera para a entrada em palco
de Miles Kane. Aproveitou-se para renovar as bebidas e pôr a conversa em dia.
Sem perder tempo e sem grandes apresentações o músico inicia o alinhamento com o tema
«Troubled Son» do novo álbum “One Man Band”. O público reagiu com excitação, dançando e
cantando em uníssono. Seguiu-se o tema «Better Than That» do álbum “Don’t Forget Who You
Are” lançado em 2013. Aqui ficou confirmado que o concerto não ficaria focado apenas nos
temas do novo álbum, mas teríamos o prazer de também ouvir temas da sua discografia
antiga. E assim foi, desfilaram temas do novo álbum, explosivos como sejam «One Man Band»
e «Never Taking Me Alive» e outros mais intimistas como «The Wonder» e «Heal». Viajamos
também por temas da sua discografia antiga, paragens obrigatórias, como sejam «Rearrange»,
«Inhaler», «Coup De Grace», «Color Of The Trap» e ainda «Come Closer» e «Don’t Forget Who
You Are».
Não faltou o tema «Standing Next To Me» dos The Last Shadow Puppets não renegando a bem-
sucedida parceria que faz com Alex Turner e que foi recebida com gaudio pelo público.
Em suma, um concerto digno de uma verdadeira Friday Night, animado, orelhudo, dançável.
Miles Kane, merece o epiteto de one man show, destaca-se, ou melhor supera-se, na actuação
ao vivo. Vibrante, carismático e energético, soltando guitarradas, Miles Kane está no seu
elemento quando actua ao vivo.
Dizem que todas as coisas boas têm de acabar, nunca percebi porquê, lembra-me sempre algo
surgido daquela ética judaico-cristã bafienta, que limita o prazer e antecipa o sofrimento. Na
verdade, creio que as coisa boas não têm que acabar, mas acabam e esta coisa boa, o concerto
de Miles Kane no LAV, também acabou. Fica, no entanto, o sentimento de que acabou cedo
demais, uma hora de espectáculo sem lugar a encore, deixou o público a desejar mais. Nem a
mudança radical de repertório musical do recinto para temas de ABBA e afins demoveu o
público que permaneceu algum tempo à espera de um regresso para encore.
Alinhamento:
– Troubled Son
– Better Than That
– The Wonder
– Cry On My Guitar
– Rearrange
– One Man Band
– Heal
– Baggio
– Inhaler
– Coup De Grace
– Killing The Joke
– Standing Next To Me
– Dealer
– Color Of The Trap
– Never Taking Me Alive
– Come Closer
– Don’t Forget Who You Are
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