Minecraft | Análise
Um dos maiores sucessos de sempre
Como professor de AEC de Inglês no ensino básico e com uma enorme paixão em acompanhar todo o evoluir do mundo dos videojogos, foi para mim impossível não reparar no enorme sucesso de Minecraft. Sem nunca o ter experimentado, esta minha combinação profissional ofereceu-me duas perspectivas. A primeira surge no lado crítico deste nosso mundo que tanto entretenimento nos oferece e onde pude reparar em todo o impressionante sucesso deste título. Foi oficialmente lançado em 2011 e desde esse mesmo ano Minecraft foi galardoado com uma série de prémios. No entanto não esqueçamos que já antes, logo depois do lançamento da sua versão beta, tinham sido vendidas cerca de um milhão de cópias de Minecraft e em Outubro de 2014 já tinham sido atingidas as 60 milhões. Foi também no ano passado que tanto o jogo como a empresa que o desenvolveu, Mojang, foram comprados pela Microsoft, pela “módica” quantia de 2,5 biliões de dólares.
Factos incontornáveis e sem dúvida invejáveis, é um facto, mas mesmo assim não chegava. Minecraft ainda não se mostrava aliciante aos meus olhos. Nas minhas salas de aula surge então a minha segunda perspectiva. Não havia Magalhães que não tivesse um Minecraft instalado e quem não o tivesse no Magalhães, tinha-o instalado no computador em casa. Notem que falo de crianças de ensino básico, no máximo dos máximos de 4º ano. Nos 5 minutos finais de algumas aulas há sempre espaço para os meus alunos falarem do que mais gostam e quando o assunto é jogos de vídeo, Minecraft vem sempre ao barulho. De sorriso de orelha a orelha, tantas foram as criações que a pequenada fez questão de me mostrar. Umas mais rudes do que outras, algumas mais trabalhosas e outras bem mais complexas, no que toca a entretenimento, Minecraft mostra-se bem capaz e oferece uma acessibilidade impressionante.
Quando recentemente me chegou a oportunidade de falar sobre Minecraft, mesmo que na versão para a PS4, pensei: “É desta, vamos lá experimentar isto!” E ainda bem que o fiz pois, pois a minha experiência em Minecraft revelou-se uma surpresa bem agradável. Com ausência de uma narrativa para nos prender ao jogo, Minecraft é um Sandbox puro e duro. Com dois modos disponíveis, é no Survival que vamos encontrar a verdadeira experiência de “Minecraft”. Vamos vaguear por um mundo criado exclusivamente para nós e bem… tentar sobreviver. Vamos recolher uma série de materiais e minerais essenciais para a nossa sobrevivência, desde madeira, pedra e comida, a pele de animais. Será com todos estes materiais que nos vamos alimentar e criar roupas, ferramentas e até armas para nos defendermos. Além de tudo isto, se quisermos garantir a nossa sobrevivência, teremos de desenvolver estruturas, ou melhor um local seguro ao qual a nossa personagem possa chamar de lar. De início, certamente que as nossas construções serão algo… rudes, digamos assim mas com o passar do tempo vamos dar por nós a desenvolver construções mais complexas.
Uma vez que adoro, explorar e simplesmente vaguear pelo cenário e simplesmente fazer experiências, foi no outro modo, o Creative onde perdi mais tempo. Aqui, a sobrevivência não é um problema e a única coisa que temos de fazer é “brincar” e experimentar. Numa espécie de God Mode, neste modo temos acesso a todos os materiais do jogo, bastando para isso o simples pressionar de um botão. Recolham o quiserem, quando quiserem e começem a criar. Mas atenção que com todas estas facilidades, os troféus serão desactivados quando estiverem a jogar neste modo. Isto, mesmo que mais tarde decidam jogar no modo Survival o mundo que criaram no modo Creative.
Mas não foi o acesso a todos os itens que tanto me cativou no modo Creative. Neste modo temos também a capacidade de voar sobre o cenário, ou melhor o mundo ou mundos que aleatoriamente forem criados para nós. Atravessar aquele que parece um mundo sem fim, oferecendo-me conteúdo processualmente gerado do mais variado que pode haver, foi impressionante. Desde florestas, a montanhas, passei por desertos e quando o mar parecia infinito, eis que começaram a aparecer ilhas dos mais variados tamanhos e todas elas tão diferentes. Sem mencionar que o mundo também se estende para baixo, oferecendo-nos cavernas enormes, onde podemos encontrar minerais raros, quedas de água e até rios de lava. Acrescento também que todas as nossas aventuras, podem também ser partilhadas localmente com mais três jogadores ou Online onde podemos pertencer a um grupo com um máximo de 7 jogadores. Nunca explorar, sobreviver e até mesmo criar foi tão divertido.
Aliado a tudo isto, Minecraft conquistou-me com o seu grafismo tão nostalgicamente pixelizado e que presta uma gloriosa homenagem a tempos que já não voltam mas que ainda recordamos com muita saudade. Todos os cenários são desenvolvidos por blocos o que torna também impossível não comparar Minecraft a um gigantesco e muito bem conseguido sistema LEGO. Não é de facto à toa que Minecraft ainda seja dos jogos mais bem sucedidos e jogados de sempre. Sempre na boca dos mais novos e também dos mais crescidos, é ainda com ele que muitos Youtubers decidem começar as suas carreiras no ramo de entretenimento Online, via Stream. Minecraft é um título muito fácil de recomendar pelo que se são fãs do género e nunca tiveram a oportunidade de o experimentar, não percam mais tempo. Este título vai roubar-vos horas e mais horas da vossa vida e vocês não se vão importar, ainda mais se tiverem com quem partilhar toda a vossa experiência!
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