Mínimos Olímpicos alcançados
Those Dancing Days @ Santiago Alquimista.
Um Santiago Alquimista a meio gás recebeu a estreia da girl band sueca Those Dancing Days no passado dia 16 de Abril. O concerto não surpreendeu nem desiludiu e as cinco jovens escandinavas (provavelmente as pessoas mais novas em todo o Alquimista) deixaram boas indicações para um futuro que poderá ser promissor.
Tendo como mote o seu primeiro disco de originais, “In Our Space Hero Suits”, editado pela Wichita Recordings (a mesma label dos Bloc Party, The Cribs e Los Campesinos!), a banda limitou-se a reproduzir as suas faixas ao vivo, mostrando as mesmas virtudes e defeitos já evidenciados no registo físico. Os 45 minutos de concerto ganharam maior interesse nos dois encores, onde, curiosamente, não tocaram nenhuma das músicas do seu disco de estreia.
Tendo como pano de fundo uma enorme tela com as suas caricaturas, as cinco suecas subiram ao palco pouco passava das 21:30, cumprindo assim o horário agendado, algo muito raro. «Falling in Fall» foi a faixa escolhida para abrir o espectáculo que começou um pouco morno, já que Linnea Jönsson foi prejudicada pela qualidade do som que não esteve nas melhores condições, mas que foi crescendo tendo culminado num nível bastante aceitável.
Desde o primeiro minuto que a união e cumplicidade das cinco amigas foi notória. A troca de olhares e sorrisos foi uma constante durante todo o concerto e essa postura alegre e descontraída ajudou imenso na empatia criada entre a banda e o público. A excelente e melancólica «Hitten», a enérgica «Run Run» e a sincera «Home Sweet Home» marcaram a primeira parte do concerto. A utilização em exagero de um ritmo upbeat e dos teclados Hammond em praticamente todas as linhas melódicas não deixa espaço para diferenciação e essa característica, já evidenciada em disco, voltou a ser demonstrada ao vivo. No futuro, a banda terá que encontrar uma forma de diversificar as suas melodias e encaixá-las melhor nas letras dos temas que muitas vezes não são alegres e optimistas.
Embora todas tenham estado bem, é de realçar a energia de Cissi Efraimsson na bateria e a alegria e ingenuidade (no bom sentido) de Rebecka na guitarra que surgiu descalça em palco e que nunca deixou de mostrar o seu sorriso pelo meio dos cabelos que iam tapando a sua cara. A presença de Linnea Jönsson e a forma intensa como interpreta cada uma das músicas potencia o futuro do projecto.
Foram os dois encores que proporcionaram os momentos da noite. A inesperada (para alguns) versão do tema de Britney Spears, «Toxic», com o órgão em grande destaque, abriu o primeiro encore ficando guardadas para o fim duas músicas do primeiro EP da banda – a festiva «Those Dancing Days» e «Tasty Boy», provavelmente a faixa que mais se destaca do reportório das suecas, mostrando que, querendo, podem transformar a simplicidade e delicadeza indie pop em momentos vibrantes, utilizando da melhor forma a imensa capacidade vocal de Linnea.
Foi uma noite bastante agradável na presença de uma banda simpática, esforçada e alegre que procura ainda a sua identidade. Provavelmente precisam de olhar um pouco para trás (primeiro EP) antes de seguir em frente.
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