Minta & The Brook Trout | “Olympia”
As trutas também gostam de passear no campo
Pé ante pé, sem levantar um grão de poeira, Francisca Cortesão foi trilhando o seu caminho. Em 2008 – adoptando já a frescura de uma Minta como pseudónimo -, o EP “You” mostrava uma pérola chamada «A song to celebrate our love», que antevia uma paixão pela country, o gosto por arranjos florais e uma melancolia capaz de nos fazer passar uma semana inteira em casa, olhando pela janela o mundo a avançar lá fora enquanto devagar bebíamos a quietude interior.
Um ano depois Minta reúne os Brook Trout – Mariana Ricardo, Manuel Dordio e Nuno Pessoa -, e editam o primeiro longa-duração de título homónimo – Minta & The Brook Trout -, que dois anos depois seria tocado ao vivo de forma integral e ampliada recebendo “Carnide” como nome de baptismo.
“Olympia”, o tão aguardado segundo longa-duração da banda, chegou recentemente às lojas e mostra que o hiato entre os dois discos serviu para aprimorar ainda mais a vontade de explorar uma sonoridade que tem nas Américas o seu grande filão.
Minta and the Brook : “Falcon” : João Nicolau from Minta on Vimeo.
Gravado em Paço de Arcos e masterizado no Arizona por Roger Siebel, que trabalhou com gente como Bill Callahan, Dodos, Laura Veirs, Elliott Smith ou M. Ward, “Olympia” apresenta dez temas onde o amor (ou os seus desvios) está sempre em primeiro plano, ainda que não prometa finais felizes. Há sopros – um sonho antigo de Minta -, convidados especiais – Afonso Cabral e Salvador Menezes dos You Can’t Win, Charlie Brown – e um disco frágil e delicado, que cheira a country, sabe a folk e se ouve como pop. Minta e as trutas estão de parabéns.
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