Miss Kittin

A cabine do Lux vai ser ocupada por uma das mais conceituadas DJ da actualidade que vai apresentar os temas que compõem o seu mais recente trabalho.

Uma das responsáveis pelo ressurgimento de toda esta onda electro que atravessamos vem a Portugal no dia 20 de Maio ao Lux para nos dar um cheirinho das razões que a levaram ao estrelato. Como o evento merece destaque, deixamos aqui todo o percurso desta “gata” até aos nossos dias.

Nascida em 1973, em Grenoble, uma cidade dos Alpes, no sudeste de França, Caroline aka Miss Kittin esteve sempre rodeada de influências musicais. Entre elas, podemos encontrar Génesis, Supertramp, Miles Davis, Philadelphia Sound, Maria Callas, Pink Floyd e os incontornáveis, The Beatles. Com seis anos, já se divertia a tocar piano, tentando imitar as melodias que ouvia na rádio. Os pais decidiram pagar-lhe lições de piano, mas a coisa não resultou. Ao fim de dois anos desiste.

Terminado o ensino secundário, estudou arte em Marselha e na escola de Belas-Artes de Grenoble, onde se especializou em arte contemporânea. Em 1995 termina um curso em design gráfico e dedica-se a tempo inteiro a passar música como DJ.

O contacto com a música electrónica surgiu num clube na sua terra natal, onde conhece The Hacker. Com a chegada de uma equipa de DJ de Valencia, Espanha com “Bacalao”, uma música comercial espanhola na bagagem, rapidamente o clube se tornou numa discoteca, passando coisas como U96, 2 Unlimited, Usura ou Transformer 2. Como precisava de dinheiro, propôs ao patrão que começasse a dançar no clube tipo as entertainers em Ibiza.

Os primeiros DJ’s convidados que viu foram Jack De Marseille, Anthony e Jeff Valle. Uma semana depois, foi a uma rave, o que se veio a revelar uma data histórica. Nomes como KLF, LFO, Aphex Twin, Autechre e 1st Warp tornaram-se a banda sonora do dia-a-dia e os Alpes franceses explodiram como uma das maiores zonas de festa francesas.

Em 1993, a cena rave estava no seu auge e Miss Kittin ia a festas como a Borealis #1 em Montpellier ou a Spiral Tribal perto do aeroporto de Orly em Paris. Depois ficou-se pela sua cidade, organizando festas ilegais nas matas e tendo como heróis Liza N’Eliaz ou os Electric Indigo.

Em 1994 faz a sua primeira mixagem em casa do namorado e começa a comprar álbuns para investir na carreira. Entre eles estavam “Fuse” de Richie Hawtin, “Protein Valve” de Robert Hood, Pizzaman…

Ainda na escola, fundou o “Swift Tuttle”, uma organização que decorava festas rave, para poderem ir às festas de borla e ganhar uns trocos. A sua primeira festa ilegal foi feita num forte militar nas montanhas. Foi a primeira vez que assumiu o controle dos discos na sala de chill out e que auto-intitulou-se Miss Kittin.

3 meses depois, participa na sua primeira festa oficial, ao lado de Eric Rug, Bertrand e Miloch. Entra na agência Tekmics e lançou-se…

Em 1995/96 já percorria os clubes franceses, primeiro nas raves ilegais de Dragon Bal em França, mas também em Chicago e Moscovo. No Verão, conhece o DJ Hell em Marselha, quando este tinha fundado a sua editora “International DJ Gigolo”.

De volta a Grenoble, juntou-se a The Hacker e grava a fomosa faixa “Frank Sinatra”. Mandou para o DJ Hell e, umas semanas depois, ele já a passava. Convidou-a imediatamente para ir a Munique para actuar na discoteca Ultraschall.

Em 1997 muda-se para Genebra, depois de uma curta passagem por Paris, para trabalhar durante uns meses na Mental Groove. Lança finalmente o EP “Champagne” com The Hacker pela Gigolo. O seu sucesso na Alemanha foi imediato com imensas requisições para passar som um pouco por todo o país. Em 1998, a faixa “1982” fecha a Love Parade em Berlim para uma audiência de um milhão de pessoas. Desde aí não pararam.

No início do milénio, participam no festival Sonar em Barcelona, o que viria a alterar a sua performance, dedicando-se mais a criar uma interactividade com o público. Conhece Felix the Housecat num festival suíço e no dia seguinte compuseram “Silver Screen Shower Scene” e “Madame Hollywood” num pequeno estúdio de Genebra.

Miss Kittin e The Hacker lançaram o seu primeiro álbum pela Gigolo em 2001, dá a voz a uma música do álbum de Felix Da Housecat. Muda-se para Berlim.

Depois de cinco anos com The Hacker, separam-se no ano seguinte para se focar no seu projecto a solo e terminar com as aparições ao vivo, entrevistas e ser apenas DJ residente em três discotecas de Genebra, Zurique e Barcelona.

Em 2003 começa a trabalhar no seu último registo e funda a sua própria editora, “Nobody’s bizzness” para se manter independente.

Com um estilo quase indescritível, Miss Kittin tem vindo a tornar-se uma das DJ’s mais requisitadas em todo o mundo, passando desde techno a electro. A sua música representa todo o glamour que existe nas passerelles e torna-se impossível ficar parado a ouvi-la. Não poderia vir a outro sítio senão o Lux.



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