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ModaLisboa KISS #3

A edição que comemora os 25 anos da Moda Lisboa chegou ao fim. O último dia da 46.ª edição da ModaLisboa teve início este domingo, no edifício da Marinha Portuguesa, com um jogo de basquetebol que antecedeu o desfile da criadora Lidija Kolovrat e terminou com os novos réis de Dino Alves e as silhuetas gélidas de Luís Carvalho.

Your favourite team is playing, foi o tema de Lidija Kolovrat para esta edição – uma apresentação com dress code obrigatório (sneakers). A designer apostou em coordenados masculinos e femininos de materiais como a seda e misturas de lã-caxemira e embora predominantemente preta, a coleção é complementada com elementos em tons de amarelo, azul e apontamentos de tons terra. O objetivo desta coleção foi dar movimento às suas peças e mostrar que as linhas horizontais transformam-se e surgem novas variações e “recortes” que criam uma ideia visual ou poética de paisagem.

A coleção de Awaytomars assume-se como o resultado da união entre diversas perspetivas que culminaram em peças únicas e surpreendentes. Mais de 400 designers de 67 países diferentes foram convidados a participar num moodboard, que se tornou o pilar da coleção. As cores mantiveram-se neutras (preto, branco e cinza) com apontamentos de brilho. O corte é aplicado de forma homogénea a todas as criações e as costuras desalinhadas deram um toque especial e andrógino à coleção.

Six degrees of separation, foi o tema da coleção da estilista Catarina Sequeira. Uma coleção assente na teoria de que tudo e todos estão ligados, a seis ou menos passos de distância. Peças oversized, grandes bolsos com pregas e em rede, faixas frontais torcidas em diversos tecidos, assimetrias geométricas e uma forte componente desportiva dão forma às propostas da criadora para o próximo outono-inverno. As cores variam entre o preto, antracite, cinza claro, rosa chiclete, rosa claro e branco.

A Voz de Angola iluminou a passerelle pela mão da estilista Nadir Tati. Uma coleção sublime de vestidos de noite com detalhes extremamente trabalhados nos quais se destacam o vermelho e o dourado.

O estilista Filipe Faísca voltou a surpreender com New Age, um tributo à mulher determinada, multifacetada e independente. A nova coleção do criador reflete a imagem da mulher moderna que não teme a idade e que se orgulha de usar branco, preto e cor. Uma mulher que, cada vez mais, também assume o papel do homem e orgulha-se de si mesma sem receios. As propostas do estilista, ao contrário do que é habitual, foram femininas e masculinas e os materiais variaram entre o algodão, o neoprene, a seda e a renda. Outra das surpresas da apresentação de Faísca foi a presença da apresentadora de televisão Manuela Moura Guedes, que entrou ao som da canção portuguesa “Foram cardos, foram rosas”.

A New Age seguiu-se os Novos Reis, uma homenagem à monarquia moderna pela mão do estilista Dino Alves. A ironia do designer manifestou-se em plena passerelle, numa coleção que a cada peça traçava o padrão de uma nova classe social, valorizada não pelas vestes ostentosas nem pelo luxo, mas sim pela riqueza do seu carácter e a nobreza das suas atitudes. As cores variaram entre o cinza, o verde, o rosa quartzo, o azul água, o bordeaux e o laranja que davam forma às silhuetas evasé e oversizerd, com mangas largas e trabalhadas. O pormenor chave desta coleção foram as coroas feitas de ganchos dourados com as quais os manequins atravessaram o Pátio da Galé.

Com inspiração nas paisagens nórdicas mais gélidas, surge a coleção de outono/inverno 16/17 do estilista Luís Carvalho, que encerrou, pela primeira vez, a ModaLisboa. Cold as Ice, foi o ponto de partida para uma coleção que teve tanto de melancolia, como de tranquilidade e paixão. As tonalidades variaram entre o branco, o beringela, o rosa pálido, o cinzento e o preto. As formas do gelo e dos cristais criaram o contraste perfeito entre uma silhueta mais prática, leve e fluida conjugada com peças mais clássicas, retas e volumosas.

Esta edição da ModaLisboa decorreu sob o tema “Kiss” e contou com 30 estilistas e cerca de 20 mil visitantes, segundo a organização. E embora as coleções apresentadas possam ter superado as expectativas do público, a tendência para atrasos entre os 30 e os 60 minutos em todas as apresentações deixou muito a desejar.

 

 Fotografia: Graziela Costa



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