MONSTRA 2012 – Sessão de Abertura
E assim arrancou mais uma edição do Festival de Animação de Lisboa
Nota: Este ano a abertura da MONSTRA calhou no dia do Pai. Gostava por isso de tentar fazer uma alusão a este dia e ao país homenageado, espero que funcione.
A Alemanha teve um papel percursor e por isso mesmo vou apelidá-lo de paternal em relação à animação, pelo menos no que toca a animação mais experimental e que tinha como referência a escola Bauhaus.
É por isso importante destacar que a primeira obra a abrir as hostilidades na noite foi a estreia mundial de “Compositio III”, um filme português dividido em três actos que evocava as três fases artísticas da Bahaus, o minimalismo, construtivismo e expressionismo. A prenda perfeita para o “pai” Alemanha.
Se há coisa que sempre me chamou a atenção neste festival foi a vontade que o director Fernando Galrito tem em explorar outras artes aliando-as à animação. Este é um festival dedicado a uma arte em particular mas que não fecha a porta a nenhuma. E se o experimentalismo era o lema da noite, fez todo o sentido ter uma peça como “A Fábrica”, onde a animação e a dança dão os braços. Para quem costuma frequentar o festival, tal não terá surgido como surpresa pois já antes vimos experiências com o mesmo objectivo, ou seja, a união de diferentes movimentos.
“A Fábrica” conta com animação de Tiago Albuquerque e coreografia de Marina Frangioia. Este projecto nasce de um workshop criado na edição passada do festival e que se encontrava aberto a todos aqueles que quisessem participar. Após o convite ter sido feito, agora passado um ano pudemos ver o resultado.
Uma peça que tenta transmitir a sensação maquinal que por vezes é a nossa vida, porque por vezes parecemos todos produtos de uma fábrica e porque, como Jung disse e foi salientado, “todos nós nascemos originais e morremos cópias”.
Para finalizar, como não poderia deixar de ser, houve uma retrospectiva alemã a cargo de Raimund Krumme, que estava presente na sala. Foram exibidas algumas das suas curtas-metragens, entre as quais “Zuschauer”, “The Message” e “Die Kreuzung”. Um trabalho característico pela simplicidade das linhas a partir das quais Krumme cria os seus mundos e, em alguns casos, explora as várias perspectivas possíveis brincando com as leis da física.
Infelizmente, fomos informados que a retrospectiva Isao Takahata não poderá ser realizada, o que serão más notícias para os fãs do “Túmulo dos Pirilampos”. Porém, alternativas vão preencher as sessões, entre as quais a estreia em Portugal de “O Mundo secreto de Arrietty”, o mais recente filme dos estúdios Ghibli e com argumento de Hayao Miyazaki.
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