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MyGreatFest

No dia 17 de Setembro, "The Old Truman Brewery" em Londres vai receber o primeiro evento mundial de jailbreakers. "MyGreatFest" pretende reunir developers e utilizadores de produtos Apple "modificados". Conversámos com Craig Fox, principal mentor da iniciativa.

Uma das maiores tendências actuais é a utilização de smartphones. Já ninguém compra um telefone sem acesso à Internet e sem a possibilidade de enviar os seus tweets, actualizar o perfil no Facebook e ler a RDB. Existem várias marcas, modelos e sistemas operativos, sendo que o Android da Google e o iOS da Apple são os mais utilizados. Existem várias diferenças entre os dois sistemas (não será aqui que vou explicar pormenores técnicos), sendo que uma das maiores é a “abertura” que permite aos utilizadores modificar o seu aparelho. Naturalmente que para a maioria dos utilizadores qualquer telefone com o sistema “original” serve na perfeição para o seu perfil de utilização mas existem aqueles utilizadores mais “curiosos” (ou se preferirem geeks) que não se contentam com o “original” e não aceitam que não possam modificar um aparelho que lhes custou mais de 500 euros. Para esses 10 milhões de utilizadores que têm um dispositivo Apple que “corre” iOS (Iphone, Ipad, Ipod Touch), existe uma forma simples de permitir alterações fora da “bolha” de controlo da empresa de Steve Jobs. A isso chama-se Jailbreak.

Este artigo não tem como objectivo explicar como se faz jailbreak (basta fazer uma pesquisa no Google), mas sim tentar perceber porque razão existem 10 milhões de pessoas que o fazem. Embora a Apple condene o jailbreak (já perderam acções judiciais nos Estados Unidos da América), é a própria Apple que recolhe os principais louros. Para além de vender mais aparelhos, “absorve” muitas das funcionalidades desenvolvidas em diversas aplicações não oficiais e inclui as mesmas em novas versões de software que disponibiliza. O grande dilema desta comunidade está no uso que é efectuado pelas pessoas que optam por efectuar jailbreak ao seu dispositivo. Ao contrário dos mais “puristas”, a grande maioria dos utilizadores não fazem jailbreak para fazer alguns tweaks e customizações (alterar temas, cores, ícones, etc), fazem-no para conseguir instalar gratuitamente aplicações que se encontram na App Store (loja oficial da Apple).

Tendo como principal objectivo mostrar que o jailbreak não serve para piratear aplicações, vai decorrer em Londres, no dia 17 de Setembro, o primeiro grande evento mundial do género, onde vão estar presentes os mais importantes developers da actualidade e todos aqueles que se interessam pelo tema. Estivemos à conversa com Craig Fox, fundador do MyGreatFest, que nos explicou as razões que o levaram a organizar este evento e comentou algumas das notícias mais recentes de ataques de hackers a algumas das maiores empresas mundiais.

Como surgiu a ideia de organizar este evento?

Estava no sofá com a minha namorada a ver televisão e disse-lhe: “Não seria interessante juntar todos os jailbreakers e utilizadores iOS para que as pessoas conhecessem melhor quem desenvolve e as razões porque o faz?”.

Quais os objectivos deste evento?

O único propósito deste evento é mostrar ao mundo, pessoas que são contra o jailbreak, que somos contra a pirataria e que tudo o que queremos é ter a possibilidade de customizar os nossos dispositivos. Penso que os membros da nossa comunidade fazem muitas vezes esta pergunta: Pagámos 500 libras para ter um Iphone. Será que ele é mesmo nosso?

Porque deste o nome de MyGreatFest ao evento?

Para manter o evento pessoal para cada visitante. Desta forma torna-se o Everyones Fest.

O que podem esperar os visitantes?

Vamos ter palestras com alguns dos nomes mais importantes da comunidade, como por exemplo Saurik, fundador do Cydia e o grande destaque do evento, p0sixninja & pod2g. Vamos oferecer muito material Apple (Iphones, Ipads, Skins, Cases) e muitas empresas vão estar presentes com stands próprios onde vão vender os seus mais recentes produtos. Vão também existir algumas surpresas.

Qual é a tua opinião sobre os ataques que vieram a público recentemente?

Penso que a posição que a Sony tomou em relação ao Geohot não foi a mais correcta mas não posso concordar com o roubo de informação pessoal de milhões de pessoas.

Sempre existiram ataques. Porque razão os media estão agora mais atentos?

Penso que os media perceberam que hacking é cool e que esses temas vão atrair mais pessoas.

Para ti o que significa jailbreaking?

Pessoalmente significa a possibilidade de efectuar algumas customizações – sbseetings, mywi, my3g –  que a Apple já devia ter incluído no software original que distribui aos seus clientes.

Achas que é possível “educar” as pessoas para que não utilizem o jailbreak para descarregar aplicações ilegais?

Parece ser uma missão impossível mas repara, existem várias missões impossíveis como por exemplo a paz mundial. Devemos parar porque é impossível atingir? Acho que não!

Tencionamos emitir algumas entrevistas com alguns dos oradores que vão estar presentes no evento com o objectivo de educar as pessoas sobre aquilo que estão a fazer e tentar perceber porque razão o fazem.

Tiveram algum problema legal para organizar este evento em Londres?

Nenhum. Não é ilegal fazer jailbreaking. Esta é uma conferência/evento/reunião organizada e autorizada.

Quais são as tuas expectativas?

Espero que seja um sucesso e que possamos manter o evento em Londres e em 2012 organizar um evento também nos Estados Unidos da América com o objectivo de manter o evento anual nos dois países a partir do próximo ano. Os bilhetes estão disponíveis no site oficial do evento e existe uma grande gama de ingressos desde VIP a crianças.



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