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NOKIA N9

A transição para um futuro mais promissor.

Quando a massificação do uso do telemóveis se tornou uma realidade em Portugal, a Nokia surgia como a primeira escolha para a maioria dos consumidores. As vantagens eram evidentes. Para além da vasta gama de modelos (quase) todos os Nokias partilhavam o mesmo interface, bastante intuitivo e fácil de utilizar. Modelos como o 3310, 6210 ou 8120 eram os mais desejados e procurados. Depois surgiram os PDA’s e a Nokia ainda tentou acompanhar com telefones mais potentes como a série Communicator. A capacidade de resposta terminou quando Steve Jobs apresentou o iPhone. Desde então a Nokia tem tido muitas dificuldades em acompanhar a concorrência (no campo dos smartphones) embora continue a ser a marca que vende mais aparelhos em todo o mundo.

Depois de muitas experiências falhadas, 2012 promete ser o ano de retoma para a Nokia. Recentemente, foram apresentados os novos modelos equipados com Windows Phone, tendo sido muito bem recebidos pela crítica especializada um pouco por todo o mundo. Na verdade o que falta a um Nokia é um sistema operativo que seja capaz de tirar proveito da qualidade dos equipamentos.

 

Em Portugal, a Nokia lançou no final do ano passado aquele que se pode considerar o telefone de “transição”: o Nokia N9. Transição porque apresenta um design que é o adoptado nos mais recentes modelos Lumia e que tem como sistema operativo o Meegoo, semelhante (em determinados aspectos) com o Windows Phone. Com o Nokia N9 a marca finlandesa procura habituar os seu consumidores a uma nova realidade, a um novo interface e a um outro tipo de utilização, mais direccionado para a utilização de dados e menos focado nas tradicionais funcionalidade de um telefone (chamadas e SMS). Por outro lado, procura captar a atenção de novos consumidores que têm agora mais uma escolha (válida) quando tomam a decisão de adquirir um smartphone.

Durante uma semana tive a oportunidade de experimentar o Nokia N9. Sendo um utilizador e fã assumido da Apple, particularmente do iPhone, o desafio que coloquei ao N9 foi tentar fazer tudo aquilo que normalmente faço com o iPhone e perceber se o valor de mercado (bastante alto diga-se) é justificado.

A primeira impressão ao pegar no N9 é excelente. Provavelmente é o mais bonito smartphone que tive oportunidade de utilizar; o policabornato preenche toda a parte traseira do telefone e as arestas que suportam o ecrã AMOLED, Gorilla Glass de 3,9 polegadas. O telefone está disponível em 3 cores: magenta, preto e azul. Pesa 135g. Posso garantir que o modelo azul é mesmo bastante bonito realçando o definido preto do ecrã. O telefone está equipado com uma excelente câmara de 8MP, duplo flash e lente Carl Zeiss capaz de filmar em 720p. De estranhar a existência de uma câmara frontal mas a não existência de qualquer aplicação que faça uso da mesma. O N9 já está equipado com tecnologia NFC que permite, entre outras futuras potencialidades, emparelhar dispositivos bluetooth de uma forma bastante simples.

Ao contrário do que é tradição na Nokia, a bateria não é removível e não existe nenhum slot para cartão de memória. Tal como todos os outros smarphones no mercado, a duração da bateria fica muito aquém do desejado. Visto que este problema é transversal em toda a indústria, não se pode considerar um ponto negativo ter que carregar o telefone pelo menos uma vez por dia.

O Meego

São 3 ecrãs e uma extrema facilidade de utilização. Um primeiro ecrã com a listagem de todas as aplicações (onde não é possível criar pastas); um ecrã com as aplicações a executar e um último ecrã com as notificações, feeds e widgets. O sistema torna-se um pouco lento quando estão muitas aplicações a executar ao mesmo tempo não facilitando o multitasking, chegando mesmo a deixar “penduradas” algumas aplicações. Ao contrário de outros sistemas, não existem previsões para actualizações deste sistema operativo o que não deixa de ser preocupante quando se adquire um telefone nesta “fase do campeonato”.

O básico

Considerando as funções “básicas” de um smartphone, este Nokia N9 é quase perfeito. As aplicações “de origem” são realmente muito boas. A navegação GPS é rápida e muito precisa. Os players de música e vídeo são, para além de funcionais, apelativas e fáceis de utilizar. É possível associar várias contas – Facebook, Twitter, Google – e automaticamente os chats e feeds são disponibilizados na aplicação de mensagens e no ecrã de notificações respectivamente.

Uma das melhores aplicações deste Nokia N9 é a câmara, mesmo não tendo possibilidade de fazer uso da câmara frontal do telefone. É possível configurar muitos parâmetros como por exemplo a “Sensibilidade à luz” (ISO), “Cena”, “Composição de Exposição” e “Equilíbrio de brancos”. É possível também editar as fotografias logo na própria aplicação. Através dessa edição é possível, entre muitas outras opções, “Redução de olhos vermelhos”, “Cortar”, “Rodar” e “Redimensionar”.


A filmar o Nokia N9 demonstrou ser também muito eficaz como é possível comprovar no vídeo em baixo. Infelizmente, tal como em quase todos os smartphones, a bateria não aguenta muito tempo de filmagem e um uso normal do telefone.

 

Os jogos têm o desempenho esperado e existem aplicações para o Facebook, Twitter, Youtube e Skype que, embora não estejam actualizadas com os novos interfaces, não deixam de ser funcionais.

Não registei qualquer problema com as chamadas.

O “resto”

Considerando-me um power user senti-me muito limitado. No meu uso diário, utilizo o iPhone para ouvir rádio, audiobooks e podcasts. Embora existam aplicações que permitam ouvir rádio e podcasts, sinceramente não é a mesma coisa. Audible não existe. A navegação Web, embora seja rápida, não permite efectuar copy/paste, uma funcionalidade bastante importante no uso diário. No Meego (nem em nenhum outro sistema sem ser o iOS) não existe Instagram e as aplicações de edição de imagem que encontrei na loja são muito fracas. A aplicação de email não permite efectuar threads por assunto como em iOS. Não existe uma aplicação do WordPress que me permite actualizar a RDB facilmente através do telefone. As aplicações de notícias são bastante básicas e muitas vezes apenas são apontadores para urls.

Veredicto

Embora o Nokia N9 seja um telefone caro, na mesma gama de preços de um iPhone 4/4S e um Samsung Galaxy II, não deixa de ser uma opção válida para quem procura um Smartphone competente. Tudo o que traz de “origem” faz bem. Para quem procura algo mais, uma loja de aplicações mais diversificada e robusta, então existem outras soluções no mercado que podem mesmo passar pela Nokia, com os novos Lumia que vêm equipados com o Windows Phone.



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