NOS Primavera Sound 2017 | Antevisão (10.06.2017)
Dia 10 de Junho é Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. É também um dia de culto no NOS Primavera Sound e cada palco será um altar.
Shellac. É o nome que está confirmado antes de haver qualquer confirmação. A banda de Steve Albini é figura sempre presente no Primavera Sound; um hábito que começou em Barcelona e que foi adoptado quando o festival se estendeu ao Porto. Contem com Steve Albini (vénia), Todd Trainer e Bob Weston, o power trio de serviço, para uma descarga de hardcore, punk e rock como, aliás, já é hábito.
“A Mulher do Fim do Mundo” está de regresso e nós só podemos estar felizes com isso. Cada canção é uma lição de vida que deve ser escutada com a devida reverência. Nós cá em baixo e Dona Elza Soares, sentada no seu trono, porque é aí mesmo que merece estar.
2017 marcou o regresso do Japandroids, depois de 5 anos de ausência. Foi demasiado tempo mas em boa hora o duo canadiano voltou, com “Near to the Wild Heart of Life” e prontos para mostrar como se parte a loiça toda apenas com guitarra e bateria.
Os The Black Angels e os Growlers são dos Estados Unidos da América e dividem entre si o altar do psicadelismo, embora explorem correntes distintas. Contem por isso com diversidade sonora, com os primeiros a seguirem uma linha mais pop e o shoegaze e os segundos a enveredarem pelo rock e o funk.
Os Death Grips são daquelas bandas únicas, de franja. O seu hip hop não tem se restringe liricamente; nada fica por dizer. Sonicamente incorpora elementos comuns ao noise, punk e outros sons industriais, revestindo as suas prestações ao vivo de uma força ímpar.
Falar nos Against Me! sem falar em Laura Jane Grace é impossível. Nos últimos anos tornou-se um ícone da comunidade transsexual, fruto da sua história e do álbum “Transgender Dysphoria Blues” que põe o dedo na ferida e aperta, no que aos problemas de identidade e de sexualidade diz respeito.
Os regressos são o pão nosso de cada dia. E os The Make-Ups, inserem-se nesse grupo na perfeição. A banda separou-se em 2000 e assim permaneceram, até há bem pouco tempo, quando resolveram dar sinal de vida. Quem os estiver a ver que se prepare, porque irão ser parte do espectáculo e um veículo para a banda liderada por Ian Svenonius passar a sua mensagem.
Em palco Natalie Mering é Weyes Blood, senhora de uma voz mágica e de canções que nos hipnotizam, onde o folk é rei e senhor mas também deixa algum espaço para a experimentação.
Com uma guitarra em punho Mitski Miyawaki deixa-nos siderados e sem palavras. O último álbum, “Puberty 2” fá-lo do primeiro ao último segundo repleto de baladas eléctricas e intensas. Já os Metronomy são uns velhos conhecidos e garante de aura cool para quem decidir estar presente para ouvir aqueles sintetizadores que já são imagem de marca.
O rock quer-se cru e para isso nada melhor do que membros da banda que acompanha Mikal Cronin e dos Muggers, que acompanham Ty Segall – que bem podia estar por cá também, os Wand. Os portugueses Evols também irão contribuir para esta corrente rockeira,
A Catalunha tem-se revelado um poço sem fundo de talento e para isso muito tem contribuído o trabalho da El Segell. Núria Graham é um desses casos, natural de Vic e senhora de um rock que pisca o olho a nomes com Annie Clark ou Polly Jean Harvey. Para descobrir.
A presença dos Wolf Parade de Spencer Krug no Parque da Cidade seria um sonho tornado realidade mas dado que tal não irá acontecer (pelo menos em 2017…), podemos contentar-nos com o guitarrista da banda, Dan Boeckner, que trará o synth-pop que caracteriza os Operators, onde reparte o protagonismo com o baterista Sam Brown.
Dançar também é uma religião. Aphex Twin dispensa apresentações no que à electrónica actual diz respeito. Os Bicep trarão à memórias as raves dos anos 90. Sampha despirá a pele de produtor de nomes como Jessie Ware ou Drake e apresentará a sua mescla de neo soul, hip hop e electrónica. Com os Tycho teremos uma electrónica texturada e ambiental. Diversidade, porque cada um tem as suas próprias crenças.
Amén.
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