Nouvelle Vague

Não, não é a “nova vaga” do cinema. Falamos mesmo da revisão de alguns dos melhores temas musicais dos anos 80.

A Nouvelle Vague foi um movimento do cinema francês ocorrido na década de 1960 onde os cineastas dessa época utilizavam música brasileira nas suas produções, em especial a bossa nova. Mas não é esta Nouvelle Vague que vai invadir Lisboa e Porto este mês.

Nos dias 11 e 12 de Fevereiro, os palcos do Lux em Lisboa e do Indústria no Porto recebem o concerto de um projecto muito interessante. Falamos de Nouvelle Vague, da autoria dos produtores franceses Marc Collin e Olivier Libaux, cujo álbum homónimo foi lançado em Agosto do ano passado.

A era pós-punk do início dos anos 80 é onde este projecto se situa. Partindo de sucessos incontornáveis de bandas como os Joy Division, The Cure, Depeche Mode, The Clash ou Dead Kennedys, que são também as músicas preferidas dos produtores, esta dupla reinventa-as dando-lhe um registo acústico, recheado de violas e sensualidade.

Segundo os próprios, a ideia que serve como base do conceito era “esquecer por completo o background punk ou new wave de cada canção, manter os seu acordes fundamentais, trabalhar com cantoras (7 ao todo) que nunca ouviram as versões originais e metamorfosear por completo a natureza das composições, num registo que mistura bossa nova, jazz e pop dos anos 60)”. A receita ideal para um disco delicioso, em que alguns temas só nos revelam os seus autores pelas letras.

O grupo das sete convidadas é formado pela brasileira Eloisia, a norte-americana Daniela D’Ambrosio e as francesas Camille, Sir Alice, Alex, Melanie Pain e Silja, cada uma dando um toque de originalidade aos temas intepretados.

Uma das melhores interpretações é o tema “A Forest” (original dos The Cure). Com os barulhos dos pássaros aliados a ritmos brasileiros e uma voz irrepreensível, consegue fazer-nos duvidar de que tal musica tenha sido escrita por uma banda tão negra como os Cure. Mas todo o álbum está recheado de pequenas preciosidades como a reinvenção do tema “Too Drunk To Fuck”, do Dead Kennedys.

A ter em conta: dias 11 (Lux) e 12 de Fevereiro (Indústria)



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