Nuno Caravela
"Há sempre em todas as escolas alunos com comportamentos menos próprios. A ideia é mostrar que desses comportamentos nunca resulta nada de bom." Entrevista com o criador de O Bando das Cavernas
Nuno Caravela percorreu 10 000 anos em contra-mão e, depois de estacionar o veículo em segurança, atirou-se às canetas de cor e criou o “Bando das Cavernas”, um grupo com que facilmente a pequenada dos dias de hoje se identificará: gostam de desportos radicais e de concertos rock, passam o tempo no FacePedra, quebram regras e fazem do pregar partidas um hábito permanente. Como não podia deixar de ser, há também um grupo rival, composto por aqueles que têm a mania que são bons. Chegada a edição de “Loucura Total”, o terceiro volume da série, a RDB entrou na máquina do tempo e teletransportou-se até à caverna de Nuno Caravela, para saber um pouco mais sobre a juventude pré-histórica.
Há um bando dos que têm a mania que são bons em todas as escolas (para não dizer turmas)?
Há sempre em todas as escolas alunos com comportamentos menos próprios. A ideia é mostrar que desses comportamentos nunca resulta nada de bom.
De onde surgiu a ideia de recuar 10 000 anos para criar um bando que, na realidade, é um retrato a pedra dos miúdos de hoje?
Sabe-se hoje que há 10 000 anos atrás a Humanidade estava numa fase de transformação e descoberta. A pintura, a música, a escrita e outras formas de arte começaram a desenvolver-se e a ganhar importância na sociedade. Também o público-alvo a que se destina esta colecção está nessa fase de descoberta do mundo e a analogia pareceu-me interessante. Quanto aos miúdos serem iguais aos de hoje, além de ser divertido eles comunicarem pelo FacePedra, é também uma maneira de os nossos leitores se identificarem com os personagens.
Os livros de Geronimo Stilton foram uma inspiração gráfica?
Sim, mas apenas no que diz respeito ao tratamento gráfico do texto. Em relação à paginação, julgo que as ilustrações de plano inteiro e a utilização de cores fortes tornam estes livros mais ricos graficamente e também mais atractivos.
Que personagem de “O Bando das Cavernas” se assemelha mais ao Nuno Caravela em tempos de pré-adolescência?
Talvez o Tocha, pois é pouco dado a excessos e eu também sou assim. No entanto, a personagem que eu acho mais engraçada é o Kromeleque, que é exactamente o oposto do Tocha.
Poderemos ver este bando num pequeno ecrã num futuro próximo?
Gostava muito. Acho que “O Bando das Cavernas” resultaria muito bem em animação. Estou a fazer alguns contactos com produtoras de animação e vamos ver o que irá acontecer.
Quando descobriste que gostavas de ser um ilustrador quando fosses grande?
Desde muito novo que gosto de escrever e ilustrar as minhas histórias. Tenho trabalhos guardados que fiz com sete e oito anos. Na verdade sempre pensei em ser autor, mas nunca especificamente ilustrador. Ao longo do meu percurso, a escrita e a imagem têm evoluído paralelamente.
Como vês o estado da ilustração em Portugal?
Há gente com muita qualidade e a fazer trabalhos fantásticos. Julgo que vamos no bom caminho.
Que aventura nos vai trazer “Códigos Secretos”, o quarto livro da série?
São três aventuras em que os códigos secretos acabam por provocar uma série de mal entendidos e desencontros. No final, quando percebem a confusão, acaba tudo às gargalhadas.
Edição: Booksmile
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