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O Chaparro

Restaurante do Monte Filipe Hotel & Spa junta o melhor da gastronomia alentejana com a elegância de um quatro estrelas

O Alentejo é sempre uma óptima escolha para fazer uma pausa na velocidade dos dias. Se precisa de uma sugestão para ficar, comer e relaxar no Alto Alentejo, o Monte Filipe é o local de excelência. Situado em Alpalhão, concelho de Nisa, este espaço destaca-se não só pelas linhas modernas e pela qualidade de serviço, como também pela genuinidade das gentes e da comida regional.

Em funcionamento desde Maio de 2013, esta unidade nasceu “por vontade de investidores aqui da região que sempre tiveram a ambição de apostar em hotelaria, e o Monte Filipe surgiu para dar cobertura a um tipo de alojamento que não existia, ou seja, oferta para grupos que complementa o turismo rural, que tem pouca capacidade, e para captar outro tipo de mercado que não conseguíamos atingir se tivéssemos uma dimensão mais pequena”, conta-nos em entrevista António Lopes, director do Monte Filipe Hotel & Spa. Com 48 quartos e duas suítes, o responsável destaca ainda que o hotel diferencia-se pela capacidade para receber famílias, sendo que 70% dos hóspedes são portugueses e os restantes são estrangeiros provenientes essencialmente de Espanha, França, Itália e Inglaterra.

O spa é sem dúvida outra das valências que coloca o Monte Filipe num patamar mais elevado. Neste momento, o spa engloba  piscina interior, jacuzzi, banho turco, sauna e massagens, contudo, António Lopes afirma que está previsto continuar a crescer com a oferta de serviços de estética, como «exfoliações, limpezas de rosto e tratamentos de rugas».

Tal como o hotel, o restaurante abriu portas na mesma altura e o objectivo foi claro: oferecer todo o sabor e autenticidade da gastronomia alentejana num ambiente tranquilo e requintado. A decoração, simples e elegante, combina na perfeição com a identidade do hotel. Ao fundo da sala, a tela na parede não engana: estamos mesmo no Alentejo com toda a beleza dos seus chaparros a dar-nos as boas-vindas. Seguimos então para a nossa mesa.

Depois do couvert, a primeira iguaria a ser servida, por cortesia da cozinha, foi chips de batata doce e maionese de pickles, dando início à degustação com um toque crocante. Como entradas, seguimos a sugestão do empregado e mergulhámos em sabores bem típicos: sopa de tomate (4,20€) e folhado de alheira (4,80€). Acompanhámos este manjar com um tinto Castelo de Arraiolos de 2013.

A sopa é, sem dúvida alguma, o Alentejo numa terrina. A cremosidade e acidez do tomate intercalam com a textura do pão e, claro, a rematar com um bom ovo escalfado. Os pimentos dão corpo ao caldo, ideal para os dias mais frios.

O folhado segue a mesma linha de contraste de texturas, com destaque para a maciez da farinheira. Ainda que não seja um prato tradicional, sobretudo pela sua apresentação mais citadina, o sabor do enchido garante-lhe a personalidade alentejana.

Chegaram os pratos principais. Optámos por um bacalhau à Monte Filipe (12,50€) e entrecosto de javali ao vinho tinto (11,50€). O bacalhau convence logo à primeira vista, não só pela posta generosa, como também pelo aspecto dourado e aroma sugestivo. As lascas são suculentas e desfazem-se facilmente, evidenciando o aroma dos pimentos e da cebola em contraposição com os camarões no topo. A esmagada de batata é muito cremosa e destaca-se pelo autêntico sabor do tubérculo.

A sugestão de carne, um prato de conforto por excelência e perfeito para o Outono, exalta todos os sucos da confecção, garantindo-lhe um carácter rico e forte. A guarnição principal, batatas fritas, são ultra estaladiças.

A carta de sobremesas é bastante sugestiva, mas o apetite já não era assim tanto. Contudo, a equipa d’ O Chaparro não permitiu que abandonássemos a mesa sem antes provar uma triologia de doces tipicamente alentejanos: bolo de requeijão com ameixa de Elvas (4,20€), encharcada com canela e pepitas de amêndoa torrada (4,20€) e pudim de pão com laranja caramelizada (3,95€).

Sim, soa bem e sabe ainda melhor. Dos três, o pudim ganha o primeiro lugar pelo seu perfil fresco e leve, ideal para encerrar a refeição e quebrar a doçura da encharcada.

No fim, não restaram dúvidas: este jantar foi uma verdadeira ode à riqueza da cozinha regional alentejana. O Chaparro provou que merece estar no circuito gastronómico do Alto Alentejo, ou não tivesse sido recentemente distinguido pelo Turismo do Alentejo no Guia de Restaurantes Certificados do Alentejo.

Apesar de a restauração ser uma área com maiores dificuldades de afirmação, António Lopes garante que este espaço «tem estado a crescer e a impor-se no mercado como uma referência». O director do Monte Filipe Hotel & Spa acredita que os ingredientes de sucesso são o facto de utilizar produtos regionais na confecção dos pratos, bem como aliar a experiência e a criatividade na cozinha. Isto apenas é possível graças ao cruzamento de gerações que lideram a equipa: Conceição Godinho, alpalhoense de gema com largos anos diante dos tachos, e Bruno Pinheiro, um exemplo de que os mais jovens podem arrojar e dar uma nova vida à tradição.

Com cartas fixas que oscilam duas vezes por ano, O Chaparro não pretende ser um restaurante de elite e inacessível, muito pelo contrário. Procura, sim, enaltecer o sabor, a pureza e a qualidade dos produtos daquela zona, demarcada pela cultura e pela arte de bem comer, oferecendo um carácter moderno e sofisticado à gastronomia típica da região.

Localização:

Monte Filipe Hotel & Spa

E.N. 245

6050-048 Alpalhão

Fotografia de Ricardo Freire Mateus



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