“O Mundo de Tolkien – um guia dos povos e lugares da Terra Média” | Gareth Hanrahan e Peter McKinstry
Guia para incondicionais e iniciados
Para aqueles que gostam da literatura fantástica, não ter lido os três volumes de “O Senhor dos Anéis” é um pecado semelhante ao de ver um católico negar uma contribuição para o peditório da igreja ou, então, ouvir um cinéfilo dizer que o “Padrinho 2” não é o melhor dos três. Afinal, foi Tolkien que praticamente inventou a fantasia e, mesmo com a explosão deste género literário em anos mais recentes, será sempre o seu deus maior.
“O Mundo de Tolkien”, recentemente chegado às prateleiras, é apresentado como “o guia não autorizado da Terra Média de Tolkien”. Estratégias de marketing à parte, o livro é um passeio visual pela Terra Média, com pequenos textos que servem de legenda a tudo o que os olhos vão retendo ao longo da viagem. E que viagem.
Começamos por folhear o Livro Vermelho, um dos grandes mistérios da Antiguidade, que «revela uma terra de magia onde elfos percorriam as florestas e dragões dormiam nas profundezas das cavernas.». Há depois uma volta ao mundo para conhecer todos os Povos Livres, «raças que lutavam contra a escravização que o Inimigo pretendia para toda a vida existente na Terra Média”: os Elfos, «os primeiros (…) a acordar, na margem de um lago sob as primeiras estrelas»; os Anões e os Ents, «nascidos, respetivamente, da pedra e da madeira.»; os primeiros Homens, que «acordaram com o nascer do Sol.»; e, também, os Meios-elfos, nascidos da união entre Elfos e Homens.
Os Povos Livres estão constantemente sob a ameaça do mal. No capítulo dedicado a “O Inimigo”, conhecemos a terra de Mordor, onde vive «Sauron, o Senhor das Trevas que queria conquistar a Terra Média e tornar todos os seres vivos seus escravos.» Somos apresentados a Orcs, Gnomos, wargs, vampiros, dragões, trolls e à sua guarda pessoal constituída por nove Espectros do Anel, conhecidos por Nazgûl. Ou à aranha gigante Shelob e a Balrog, que optaram por se dedicar aos seus próprios desígnios obscuros.
A última parte conta as “Lendas e Fábulas da Terra Média”, compostas «por muitas histórias, canções e fábulas», sendo a mais importante a do Anel Supremo. Mas há também palavras sobre “As Aranhas de Mirkwood”, “A Aventura do Anel” ou “O cerco das Minias Tirith”.
Para além de ilustrações de encher o olho, “O Mundo de Tolkien” oferece informação detalhada sobre personagens e povos, mostrando – e contextualizando – roupas, adereços, artefactos e armas, o que faz deste livro uma bem-sucedida jornada gráfica e enciclopédica através da Idade Média.
Para os incondicionais de Tolkien, será um mergulho na nostalgia; para os que não conhecem a sua obra, que possa servir de aperitivo para a leitura compulsiva de todos os seus livros.
Uma edição Arte Plural / Círculo de Leitores
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