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“Os Pilares do Céu” de Tom Pugh

Hereges e Profecias

Podiam dizer o que quisessem. Isabel I era a rainha de Inglaterra (…)

Três anos decorreram desde que as chamas consumiram milhares e milhares de livros escondidos na afamada Biblioteca do Diabo.

O trio de ‘heróis’ separou os seus caminhos desde então, porém uma nova ameaça força a que os velhos amigos se reencontrem, pelas piores circunstâncias.

Os Pilares dos Céus de Tom Pugh (Alma dos Livros, 2020), é a continuação dos eventos ocorridos n’A Biblioteca dos Livros Proibidos, onde os protagonistas se vêem envolvidos num intrínseco e arriscado jogo de poder e maquinações ingeniosas, desta vez entre católicos e protestantes, que vai virar as suas vidas de cabeça para baixo, num piscar de olhos.

Pugh, apresenta-nos uma sequela brilhante, que em nada perde o brilho ou apelo da anterior, pelo contrário, segue o ritmo e aumenta a intensidade das crises que os protagonistas têm que enfrentar, bravamente.

Na sua habitual narrativa floreada e rica em detalhes históricos, o leitor é capaz de se situar no período histórico e político em questão, bem como nos desenvolvimentos pessoais pelos quais os personagens têm que passar.

Com semelhante destreza, a partir do seu trabalho prévio, tece uma narrativa que conjuga na perfeição, eventos históricos do passado, às situações do presente.

Durant virou-se ao ouvir um ruído no meio da escuridão. A dor despontou repentinamente – era uma rosa vermelho-sangue – quando uma pedra colidiu contra o lado da sua cabeça

Gaetan Durant vive agora com a filha Laure, em Paris. Recuperar a sua filha não foi o paraíso idílico que imaginara e a vida entre ambos é dura e muito complicada.

Os ânimos estão alterados em França e o povo luta entre si por motivos religiosos. O silêncio é, não a alma do negócio, mas a chave da sobrevivência. Ninguém vê nada, ninguém sabe de nada. E a vida segue.

Com o seu consultório aberto, e dada a conjuntura actual em que se encontram, tem apenas alguns casos médicos e passa o tempo em jogos à batota na taberna.

Mas quando Durant desaparece subitamente, Laure contacta Longstaff e pede o seu auxílio.

(…) Aurélie gostava muito de ouvir as histórias dos mais velhos, e Longstaff tentava aprender mais sobre a fauna e flora locais – ambos faziam o que podiam para que aquele lugar se parecesse com o seu lar. (…)”

É em Martlesham, Suffolk, que encontramos Longstaff e Aurélie a viverem a sua vida de casados, de forma bastante pacífica tendo em conta o calvário pelo qual passaram anos atrás; isto é, até receberem a missiva de Laure.

Intentos a descobrir o paradeiro do seu amigo e dispostos a resgatá-lo das garras do perigo que o circunda como um abutre esfomeado, partem rumo à casa de Sir Nicholas Bacon em busca de respostas.

Longstaff resfolegou. Detestava aqueles jogos políticos, sabia pouco sobre os principais intervenientes e nada sobre os homens menos importantes envolvidos na complexa teia de contendas e alianças que se espalhava pelo país.

Agora peões num jogo de potências, só lhes resta participar numa corrida contra o tempo e numa luta implacável para viver e sobreviver.

Conseguirão chegar até Durant a tempo? Que segredos se escondem por detrás do rapto do médico? E conseguiram os três sobreviver, para desfrutar de mais um dia?

Os Pilares do Céu de Tom Pugh, é um romance histórico imerso em lutas políticas e religiosas, durante tempos conturbados, onde franceses e espanhóis almejam destruir Isabel I de Inglaterra, e onde os sacrifícios de três pessoas podem moldar o futuro da Europa.

Não a subestime. Os espanhóis têm um ditado: só o temporário dura para sempre. Ninguém pensou que Isabel sobrevivesse um ano no trono, mas ela não tem intenções de ir a lado algum. (…) Isabel é a Inglaterra, e ela sabe disso (…)



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