Os Pontos Negros @ Ritz Clube (13.10.2012)
Num Ritz Clube bem composto, Os Pontos Negros apresentaram “Soba Lobi”, o seu mais recente trabalho discográfico. Durante o espectáculo foram relembrados êxitos passados e houve também espaço para surpresas
Os Pontos Negros estiveram presentes no Ritz Clube, para o concerto de apresentação do álbum “Soba Lobi” de 2012. O álbum foi gravado nos lendários estúdios Abbey Road, em Londres e está disponível para download gratuito no site Optimus Discos.
Foi com «Aprendi Piano Com a Olguinha», tema do álbum homônimo de 2005, que Os Pontos Negros começaram, por volta das 23:30, uma odisseia que se viria a estender por quase duas horas de concerto. Pelo caminho revisitaram o EP de 2007, bem como os álbuns “Magnífico Material Inútil” de 2008 e “Pequeno-Almoço Continental” de 2010. Mas foi obviamente “Soba Lobi”, de 2012, que ganhou principal protagonismo, numa noite em que o Ritz esteve bem composto, mas longe de estar esgotado.
«Tudo Floresce», primeiro single de “Soba Lobi”, iniciou a viagem de apresentação do mais recente trabalho dos Pontos Negros. Ouviu-se de seguida «Eu + Eu = A Ninguém», «Senna» e «Bom Homem», intercalados com músicas de registos anteriores tais como «Magnífico Material Inútil», do álbum com o mesmo nome e «Sub-Zero» do álbum “Pequeno-Almoço Continental”.
Havia uma surpresa guardada para esta noite. A banda prometeu e cumpriu! João Coração, companheiro dos Pontos Negros na editora FlorCaveira, foi convidado a interpretar o tema «Muda Que Muda», presente no seu álbum de 2009 com o mesmo nome. Segundo o quarteto de Queluz, esta participação seria o “renascer das cinzas” de João, que soube agarrar a oportunidade e não deixou mesmo nada a desejar.
“Quem é que hoje foi à manif?… Em homenagem a Lisboa, vamos cantar esta canção!” foram as palavras da banda para o tema «Lisboa, Não Passas Deste Inverno» que, em conjunto com «Caminhos de Ferro» e «Duro de Ouvido», relembraram o disco “Pequeno-Almoço Continental”.
Até ao final houve mais “Soba Lobi” através de «Prolongamos o Sonho» e «Gabriela», mas foi em «Conto de Fadas de Sintra a Lisboa», do disco “Magnífico Material Inútil”, que se sentiu maior reação por parte do público, que cantou, saltou e dançou ao som de um dos maiores clássicos da banda. O concerto viria a encerrar com «Negrume», do álbum “Soba Lobi”, debaixo de uma grande salva de palmas por parte do público. Mas não seria o fim…
“Encore?”, “mesmo?”, “puxa…”, foram as palavras projectadas na tela, que incentivaram a audiência a manifestar-se pelo regresso da banda ao palco. O público reagiu e os Pontos Negros subiram para mais cinco temas. A clássica «Rei Bã» abriu o encore e encerrou a visita ao “Pequeno-Almoço Continental”, assim como «Queda e Ascenção» findou a apresentação de “Soba Lobi”. Houve ainda tempo para a «Canção Da Lili» do EP de 2009, mas o concerto chegou ao fim com «Depois da Bonança Vem a Tempestade» e «Armada de Pau», do álbum “Magnífico Material Inútil”.
No final a satisfação era geral. Os Pontos Negros conseguiram não só apresentar o seu último álbum de forma exemplar, como relembraram temas antigos àqueles que já acompanham o grupo desde 2005, mesmo depois das dificuldades que a banda atravessou com a crise fonográfica. Esperemos que seja este regresso mantenha os Pontos Negros em actividade por muitos mais anos!
Fotografia por José Eduardo Real.
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