“OS PRINCÍPIOS DO NOVO HOMEM” de Pedro Saavedra
Cervantes e Lisboa pela companhia d’ O Fim do Teatro.
Em 1581, o rei Filipe entra em Lisboa e nela ficará a residir durante cerca de três anos. Nesse mesmo período muitos foram os projectos do qual o rei foi mecenas e na sua vontade de criar uma nova dinastia, muitos foram os projectos de criar uma identidade ibérica.
Saber que Miguel de Cervantes, o primeiro romancista moderno esteve a residir em Lisboa, nessa mesma época, durante três anos e quase nada se sabe sobre esse período – em que o autor de Dom Quixote por aqui procurou uma mercê do monarca, ou um subsídio, como lhe chamamos hoje – foi o gatilho que criou neste texto uma analogia entre um período maneirista do passado e um período maneirista do presente: porque nunca seremos grandes o suficiente mas acreditamos sempre, de uma forma ou de outra, no infinito.
A Cervantes calhou ser o inventor do novo modelo de romance europeu, discernindo sobre a velha nobreza e através da loucura de Dom Quixote apontando os princípios da nova nobreza ou até os princípios da loucura.
Como sobreviver à sensação de nunca sermos grandes o suficiente?
Os Princípios começaram da necessidade de escrever sobre o início das coisas no mecanismo teatral do mundo ocidental, nisso a relação amor/ódio e carrasco/vítima entre o Amo e o seu criado fizeram os primeiros grandes clássicos dramáticos europeus. Mas criar uma ficção histórica passada no século XVI foi apenas a cenografia que permitiu colocar a eterna luta do ser humano pela sua emancipação.
A acção passa-se numa cidade colocada entre as velhas tradições e um novo mundo que se apresentava todos os dias cada vez maior e mais surpreendente, onde colocamos um Mestre e um Discípulo na senda de uma audiência real.
Por isso, este projecto vai estar mais próximo do código genético da cultura da cidade de Lisboa, das características do seu povo e daqueles que apesar de boa ou má opinião vêem na chegada do rei espanhol uma oportunidade reformista e também uma mercantilista de expansão dos seus interesses no continente europeu e nos novos mundos (que estavam ainda a começar a ser explorados).
Como sobreviver à sensação de nunca sermos grandes o suficiente? A história de um Mestre e de um servo que procuram ser reconhecidos pela Corte com a sua mercê. Realidade ou ficção histórica é o desafio que nos acompanha do início ao fim destes oito princípios do novo homem, número ou lei da crença no infinito.
SOBRE PEDRO SAAVEDRA
Pedro Saavedra nasceu em 1976. Formado pela Escola Superior de Teatro e Cinema, fez a licenciatura em formação de actores/encenadores. Estagiou em vários projectos internacionais, de onde se destaca a participação como actor numa produção de Eimuntas Nekrošius da École des Maîtres, e como encenador no Instituto Internacional de Teatro del Mediterráneo. Trabalhou como actor em várias companhias de teatro, como a Companhia de Teatro de Almada, o Teatro da Comuna, a Companhia Teatral do Chiado e a companhia argentina Escena Subterranea. Foi assistente de Vlado Repnik em vários projectos na Eslovénia. Foi director artístico do projecto PROTO e professor de expressão dramática durante 5 anos. Escreveu e encenou vários textos. Foi colaborador de revistas como a DIF e a Umbigo. Participou em várias telenovelas, séries e filmes portugueses, de onde se destaca a Família Ventura, para a RTP1 e o filme Snu, de Patrícia Sequeira. Foi programador do projecto PT Bluestation na estação de metro Baixa-Chiado, em Lisboa. É locutor profissional e dirigiu a Revista Gerador entre 2014 e 2019. Actualmente, dirige a companhia d’ O Fim do Teatro.
ESTREIA
Centro Cultural Malaposta
29 de Out a 8 de Nov
Quinta a Sábado, 21h | Domingo, 16h00
DIGRESSÃO
ELVAS – 5 de Dezembro
PALMELA – 12 de Dezembro
Duração: 1h25min
Reservas e Informações
ccmalaposta@gmail.com | 219 320 940
Contactos O Fim do Teatro
ofimdoteatro@gmail.com | 916053083
FICHA TÉCNICA
TEXTO E ENCENAÇÃO Pedro Saavedra
COM Mia Tomé e Miguel Ponte
DESIGN DE CENA Surumaki
DESENHO DE LUZ Paulo Sabino
FOTOGRAFIA Andreia Mayer
FIGURINOS Cláudia Ribeiro
MÚSICA Clothilde
SONOPLASTIA Rui Miguel
ASSISTÊNCIA DE ENCENAÇÃO Rafael Fonseca
EXECUÇÃO DE FIGURINOS Isabel Ernesto
PRODUÇÃO EXECUTIVA Patrícia Roque
PRODUÇÃO O Fim do Teatro, OF.DT
APOIOS Fundação GDA, Fundação Calouste Gulbenkian, BUZICO! Produções, Câmara Municipal do Fundão, Dizplay Soundlab, Instituto Cervantes de Lisboa, Junta de Freguesia de Arroios, Lameirinho, Fepsa e Maria Zimbro
AGRADECIMENTOS Maria Alexandre Abreu Cruz
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