Para além do tempo

Modas que vieram para ficar

Da opulência e ostentação à simplicidade minimalista, a moda tem vindo a acompanhar as gerações afirmando-se como um todo. As tendências contrariam os tempos, reciclando conceitos pela inovação. Os artistas encaram as ruas de hoje como verdadeiras telas pop up onde se destacam as suas maiores obras. Entre a forte acidez e a doçura melosa dos pigmentos os estilistas deixam-se inspirar criando verdadeiras obras-primas que elevam a uma outra dimensão.

Embebidos pelos clássicos, os designers tentam renovar os anos de ouro de outrora. As silhuetas dos ícones das décadas 20, 50 e 70 reinventam-se, a simplicidade e classe de Audrey Hepburn, a imagem quase andrógina e apaixonante de Twiggy, a sensualidade de Marilyn Monroe, o estilo sempre irrepreensível de Marlene Dietrich, (re)nascem pelo traçado inovador das novas apostas mundiais.

Os clássicos são renovados e chegam diante de nós de uma forma mais optimista, chique e acessível. Desde as saías lápis e as cinturas bem delineadas de Alexander McQueen, aos cortes direitos e cores sóbrias de Yves Saint Laurent, passando pelas linhas femininas da Miu Miu, pela criatividade de Aleksandar Protic e pelos traços inconfundíveis de Nuno Baltazar.

Com o tempo as tendências mudam mas as bases permanecem intocáveis. Numa geração onde todos os limites já foram testados e ultrapassados, é necessário (re)inventar o passado, tonando-o possível para todos. Se por um lado, há meio século atrás os tecidos formavam um símbolo exclusivo de poder e de estatuto, nos dias de hoje apresentam-se ainda com uma maior sumptuosidade.

Este rendez-vous com os clássicos materializa o sentido idiossincrático de aventura que encerra nas colecções atuais. Este caminhar em contra relógio para querer ir sempre mais além, demarca o futuro apoiando-se na voga do passado. Foram tendências que se mantiveram muito para além do tempo, muito para além do século. São modas que mais uma vez encantaram e conquistaram as massas. E definitivamente vieram para ficar