Patricia Barber

Uma das mais interessantes vozes do jazz da actualidade de volta a Portugal.

A norte-americana Patricia Barber é um dos principais rostos da mais recente vaga que atingiu o jazz, ao lado de outras talentosas intérpretes como Jane Monheit, Karrin Allyson ou Natalie Cole.

Alguém a definiu como um encontro feliz entre Susan Sontag e Diana Krall. No entanto, se da primeira parece ter absorvido o espírito crítico, interventivo e até activista, da segunda as semelhanças parecem ficar-se pelo piano que ambas dominam. É que Patricia Barber faz do ecletismo o seu cartão de visita.

O seu estilo muito próprio desde cedo mostrou que Patricia Barber não era uma cantora jazz limitada aos moldes convencionais; aliás, o seu estilo bastante peculiar – onde uma voz gutural concilia o seu talento de vocalista com o de compositora e letrista – valeram-lhe de início a desconfiança e o escárnio da crítica na sua Chicago natal.

Mas a vitória num concurso do Gold Star Sardine Bar deu-lhe o empurrão decisivo para a carreira construída a pulso, servindo para afastar as críticas mais negativas. Com quatro álbuns em três editoras diferentes – “Split”, “A Distortion Of Love”, “Café Blue” e “Modern Love”, o primeiro pela Floyd, o segundo pela Verve e os dois últimos pela Premonition – Patricia Barber viu a Providência intervir em seu benefício quando, em 1998, a conceituada editora Blue Note adquiriu a Premonition.

Patricia Barber viu o seu trabalho recompensado, com uma maior aposta na sua música, e começou a ser encarada internacionalmente como uma personalidade respeitada no campo do jazz avant-garde, principalmente graças aos seus dois álbuns seguintes, “Modern Cool” e Night Club”.

Mas a cantora não se iludiu com o estrelado e voltou a surpreender, ao gravar “Verse” em 2002, aquele que é o seu último álbum de originais, de natureza assumidamente folk, provando que é uma compositora apostada em ir mais além dos limites convencionais do jazz.

De regresso a Portugal e pela primeira vez em Lisboa, Patricia Barber sobe ao palco do Centro Cultural de Belém no próximo dia 23 de Janeiro, num concerto integrado na promoção do seu último álbum “A Fortnight In France”, registo gravado ao vivo em três cidades francesas: Paris, Metz e La Rochelle.

Será um concerto que certamente convencerá os mais cépticos amantes de jazz, num registo mais experimental e vanguardista, mas não menos sublime. A não perder.



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