Patrick Watson @ Coliseu (23.02.2020)
O músico canadiano com o seu talento deixou-nos mergulhar no seu mundo de sonhos e simplicidade com muita magia.
„Mente Brilhante“, um filme de Ron Howard que retrata a vida de John Nash, um excelente matemático e com pensamento não convencional, que consegue obter ter sucesso em várias áreas da matemática e uma carreira respeitável.
Patrick Watson é, também, um adepto do não convencional e uma mente brilhante na sua área. O artista canadiano recria uma espécie de bolha de todos os seus sonhos e convida-nos a entrar e admirar todo o seu fascínio.
O artista apresentou-se, em pleno Coliseu com um palco acolhedor, o seu já famoso despenteado que nem cientista louco e com uma sala bem composta para o receber. O seu espectáculo é muito centrado no seu songwriting, que é fruto de inspiração momentânea ou nos mais diversos momentos.
Numa das suas primeiras intervenções conta-nos que «Drive» foi escrita numa viagem a fora de horas por estradas menos próprias, depois de nos ter presenteado com a «Strange Rain».
Patrick apresenta-se maioritariamente ao seu piano (Todos queremos aquele piano mágico!) e com duas extraordinárias e distintas vozes, no feminino. Enamorado confesso pelos nossos Madredeus (ver entrevista à RTP), eis que a surpresa da noite estava guardada para um momento a dois com Teresa Salgueiro.
A tão acarinhada «Melody Noir» trouxe-nos a aproximação do resto da banda para perto do público, de uma forma festiva, em coro e com um falsete a deambular tão característico e distintivo de Patrick.
Em «Broken» e «Hearts», o artista levou-nos ao seu mundo mágico de sonhos e a ligação com o público português atingiu níveis de grande intimidade. Logo de seguida, a belíssima e saborosa «Slip Into Your Skin» deixou qualquer fã rendido e embevecido. As semelhanças dos seus falsetes com Thom Yorke são mais do que uma mera coincidência, é uma fonte de inspiração.
Antes do encore «Drive» e «Here Comes The River» tomam conta do palco com a sua entoação sempre em crescendo.
O primeiro grande rebuçado estava guardado para um momento acústico e em silêncio, directamente do camarote presidencial, fintando todo o público direccionado para o palco, com «Big Bird In A Small Cage». Cenário perfeito para esta interpretação!
Depois deste mimo, o músico canadiano serviu-nos ao piano e sozinho «Lighthouse» com toda a iluminação apagada, apenas com algumas lâmpadas de palco acesas e ai juntou-se, também, os isqueiros e as lanternas dos telemóveis do público e «Great Escape».
Para fechar, a grande cover de «To Build A Home» dos The Cinematic Orchestra que completaram o mergulho, no mundo mágico de Patrick Watson que deliciou o público.
No fim da noite de festa, o canadiano superou qualquer expectativa que tínhamos e encheu todas as nossas medidas. No fundo, são noites como esta, que nos fazem sair e assistir a um concerto de música, porque se fosse igual aos discos, a luz já se teria apagado.
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