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Pokémon Sun e Moon | Análise

A febre dos pokémon está de volta!

Depois do verdadeiro rebuliço que foi o lançamento de Pokémon GO para as plataformas mobile, com multidões a correrem atrás de pokémons pelas ruas do mundo real, Pokémon Sun e Pokémon Moon chegam finalmente à família de consolas portáteis da Nintendo. O mundo dos Pokémon arrasta milhões de fãs por todo o mundo e a histeria que caracterizou a chegada da série aos telemóveis é disso a maior prova. Apesar de tudo, a febre do Pokémon GO nunca me atingiu e admito que até me deixou, de alguma forma, reticente com o lançamento de Pokémon Sun e Moon na 3DS. Talvez porque o mundo dos RPGs que sempre conheci fosse bastante diferente daquela fórmula nos telemóveis, meio estéril, e porque tinha algum receio que, devido ao sucesso de Pokémon GO, estes dois novos títulos fossem deixados para trás e não conhecessem uma produção tão exigente como era norma.

Felizmente estava enganado e estamos perante aquele que será, mais do que certamente, o maior lançamento do ano no mundo das portáteis. Com alguma familiaridade inerente sempre que estreamos um novo título Pokémon, em Pokémon Sun e Moon há algumas novidades que quebram a monotonia. Logo na abertura somos recebidos por uma animação ao bom estilo da versão anime e que assume afincadamente que a Game Freak não estava para brincadeiras neste lançamento. As cartas são lançadas logo a início e o jogador percebe que faz parte, desta vez, de uma aventura diferente.

Logo para começar, na nova região de Alola, com assumidas semelhanças com o Havai, não existem ginásios de pokémons como era, até agora, habitual na série. Ao invés temos desafios que nos vão sendo colocados através dos quais, em algumas ocasiões e sem desvendar muita informação do que vai acontecendo no jogo, vamos enfrentando inimigos extremamente poderosos que fogem um bocadinho ao standard da luta com pokémons normais. Assentando mais na clássica luta RPG com bosses, representam um desafio bastante maior do que aquele que os líderes de ginásio tinham para oferecer nos jogos anteriores da série Pokémon. Toda a narrativa alinha-se com o crescimento da nossa personagem – cujo aspecto definimos a início, depois de este chegar à primeira ilha – e com o seu crescimento enquanto treinador de pokémons. Apesar de não ser extremamente diferente de outros títulos no género, a forma como tudo se desenvolve funciona de uma forma bastante divertida para a série Pokémon. As personagens que nos acompanham são também elas ligeiramente diferentes e mais interessantes do que nos anteriores jogos. Por exemplo, o nosso habitual e clássico rival assume-se, desta vez, mais como um amigo com o qual gostamos simplesmente de combater e rivalizar do que propriamente alguém que nos está sempre a importunar a aventura. Uma ligeira diferença que neste caso oferece também alguns alguns momentos divertidos à narrativa.

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Alola é uma região muito bem desenhada, provavelmente a melhor até hoje, em termos de aspecto visual num título Pokémon, disposta por ilhas que vamos visitando à medida que a narrativa nos vai convidando a deambular de zona em zona. Apesar do seu excelente aspecto, o facto da região de Alola ser caracterizada como um arquipélago obriga a que os cenários sejam menos abertos do que aquilo que normalmente é habitual na série.  Não obstante, para nos ajudar a atravessá-los vamos ainda poder contar com montadas pokémon que dão um ar muito mais épico às nossas viagens pelos cenários. No entanto, o que já vem sendo habitual é a introdução de um largo número de novos Pokémons com cada novo lançamento. Com Pokémon Sun e Moon o caso não muda de figura, sendo o jogador presenteado com vários encontros com novas espécies, logo nos primeiros momentos do jogo. Mas, como se isso não bastasse, podem contar ainda com o regresso de várias espécies conhecidas das gerações anteriores, assim como com novas variantes de Pokémons clássicos, característicos desta nova região de Alola.

Guardadas no passado ficaram as personagens ao estilo chibi que caracterizavam os jogos clássicos, para agora serem completamente substituídas por versões anime 3D com animações muito mais complexas, tanto nas cinematics e jogabilidade normal, como nos espectaculares Z moves que podemos usar pela primeira vez na série. Estes movimentos são acções que só podemos executar uma vez por batalha e que todos os pokémons podem agora utilizar mediante o uso do cristal Z do seu tipo. Um dos problemas de Omega Ruby e Alpha Sapphire era o constante framerate drop que acontecia assim que ligávamos o 3D estereoscópico característico das portáteis 3DS. Talvez para evitar esse problema, a Game Freak optou por retirar quase por completo o 3D estereoscópico de Pokémon Sun e Moon. Esta opção permanece presente unicamente no mini-jogo ao estilo Pokémon Snap onde, em alguns locais, podemos fotografar pokémons. A câmara de jogo agora alterna mais de posição, variando da anterior e habitual perspectiva isométrica, assumindo planos em que a profundidade dos cenários salta mais à vista. A inovação é bem-vinda já que atribui a estes novos títulos uma perspectiva mais moderna. Não obstante, em raros momentos a câmara posiciona-se demasiado próxima tornando difícil a visibilidade para alguns caminhos. Curiosamente, é também nesses pontos cegos que os desenvolvedores do jogo procuraram colocar alguns itens secretos, uma mecânica que pode não ter resultado da melhor forma.

Em relação a Omega Ruby e Alpha Sapphire, a dificuldade cresceu ligeiramente. Embora muitos treinadores inimigos insistam em recorrer a apenas um ou dois pokémons, o que relativamente ao nosso número habitual de 6 pokémons pode contrastar, a verdade é que existem picos de dificuldade súbita em alguns momentos e cuja regularidade aumenta para a parte final do jogo. Mais ainda quando, por uma razão ou outra, abordamos mal um combate com uma espécie de pokémon que é fraca contra determinada habilidade do pokémon inimigo. Os erros pagam-se caro e não foram raras as vezes em que fui derrotado por um pokémon com vários níveis abaixo do meu simplesmente porque não imaginava o que aquela nova espécie era capaz de fazer. Felizmente, podemos activar bastante cedo o exp. share que partilha a experiência entre os vários pokémons e ajuda a equilibrar os níveis entre a nossa equipa. Algo que pode ser essencial para podermos, a qualquer momento, alternar entre eles e resolver uma situação que, de outra forma, poderia ser bastante problemática.

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O vício continua! A diversão que sempre foi jogar Pokémon na nossa consola portátil preferida regressa em força com Pokémon Sun e Moon na 3DS. A jogabilidade parece agora mais refinada, toda a experiência é bastante sólida e, acima de tudo, mais moderna. Enquanto algumas séries tentam reinventar-se desesperadamente sem grande sucesso, Pokémon mostra como se faz, entrada após entrada. Estamos perante o Pokémon com que todos sonhámos em miúdos, agarradíssimos ao Game Boy enquanto jogávamos aos velhinhos Red e Blue. A série percorreu um longo caminho desde aí, novas espécies surgiram, as mecânicas melhoraram mas a essência Pokémon continua lá. Apanhá-los todos nunca foi tão divertido!



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