Post Hit
Um novo projecto da pop electrónica nacional. Alguma coisa de novo?
Depois das edições de 2004 dos álbuns de estreia dos Loto e dos Plaza, a pop electrónica nacional tem mais um nome: Post Hit. Depois de se terem conhecido através de anúncios de jornal (já muito boa gente começou assim), Paulo Scavullo (voz), Rui Pires (teclas) e Sebastião Teixeira (guitarra) acabam de editar o seu primeiro álbum homónimo, que contou com a produção de Armando Teixeira. Mas depois da novidade (com os Loto) e da qualidade (dos Plaza), será que este trio traz alguma coisa de novo a este género da música nacional?
As influências são as mesmas. Dos Soft Cell, passando pelos Human League, as sonoridades retro do fim dos anos 70/princípio de 80, são evidentes. As novidades não são muitas. Para além de duas ou três faixas radio friendly e orelhudas, a simplicidade do registo dos Post Hit torna-se monótona, quase enfadonha. Embora a vontade festiva seja evidente, tanto no som criado, como na simplicidade das letras, o disco não funciona bem como um todo, embora contenha algumas passagens bastante interessantes. Quase que apetece dizer: “Porque raio é que não lançaram um EP?”
O disco até nem começa mal. “Playmobile” surge como manifesto de intenções do trio: uma electrónica bastante dançável e uma mensagem clara e simples que podemos reduzir à última frase: “Let’s get the right wave, we need to do that beat, will we have a nº1 hit?”. A resposta vem logo a seguir, “Vanishing Boys” é o tal hit que tem passado em algumas rádios e possivelmente uma das melhores faixas do álbum. Então e o resto?
Problema: Como conseguir que um álbum de pop electrónica não fique monótono? Resposta: Não fazer como os Post-Hit. Embora a terceira faixa (e futuro single), “Glamorama”, prossiga as pisadas das duas anteriores, o álbum cai num marasmo criativo, impossível de ser recuperado. Para tal contribui a voz de Paulo Scavullo, que não consegue ultrapassar as limitações que são evidentes.
Embora musicalmente o álbum esteja recheado de diversidade e alguma qualidade (culpa: Armando Teixeira), este primeiro registo dos Post Hit promete ser facilmente esquecido por quem o ouve, ficando apenas na memória o excelente single que é “Vanishing Boys”.
Uma última referência para o trabalho gráfico do disco e para a versão de “Vanishing Boys”, elaborada por Pink Boy (um dos Dezperados), que se encontra no single de apresentação deste álbum.
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