“Presos” | Oliver Jeffers
A pedagogia começa num papagaio de papel
Resolver um problema atirando-lhe com coisas para cima não será, à partida, o melhor remédio. Em “Presos”, história escrita e ilustrada por Oliver Jeffers, tudo começa quando o papagaio de papel de Óscar, vermelho como um coração palpitante, fica preso numa árvore. Depois de tentar trazê-lo para baixo através de muitos puxões e abanões, Óscar decide atirar o seu sapato preferido para soltá-lo. Quando isto não resulta, e depois de atirar também o outro sapato – que também fica preso -, as coisas descontrolam-se totalmente e, em três tempos, a árvore enche-se de coisas tão improváveis quanto um orangotango, um leiteiro, um barco gigante ou uma baleia.
Através da história de um papagaio preso numa árvore, Jeffers remete-nos – e aos mais pequenos – para a sempre difícil resolução de problemas, seja por transformamos a solução num novo problema ou não usarmos a melhor abordagem (e por vezes a solução está mesmo debaixo do nariz).
Ao mesmo tempo, mostra como muitas vezes, para nos ajudar a resolver um problema, pedimos ajuda a meio mundo e, quando a solução surge, depressa esquecemos todos aqueles que nos ajudaram a solucioná-lo e seguimos em frente como se nada se tivesse passado.
Com uma dose extra de imaginação e ilustrações que preservam muito do desenho em construção – sobretudo pelo uso do lápis de cera -, “Presos” tem tudo para arrancar aos mais pequenos umas boas gargalhadas e, aos mais velhos, inúmeros sorrisos. Encontrar nestas páginas o prazer da leitura não será de todo um problema.
Uma edição Orfeu Negro
A saber:
“Presos” é o quinto lançamento do autor pela Orfeu Negro – na colecção Orfeu Mini -, estando também disponíveis os livros “O Incrível Rapaz Que Comia Livros”, “Perdido e Achado”, “Sobe e Desce” e “O Coração e a Garrafa”.
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