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O Primavera de 2024 na Invicta

Quase de A a Z. Do rock ao pop, do hip-hop ao noise, do soul ao post-hardcore. Uma antevisão.

Promete, oh se promete. Depois de um magnífico vídeo de apresentação do cartaz, neste momento a poeira já assentou e podemos olhar para os nomes que lhe dão forma. A coerência das edições anteriores mantém-se reflectida nos nomes para o cartaz deste ano. Há o ecletismo de sempre, arrisca-se, mas também há apostas seguras. As escolhas percorrem muitos géneros, de proveniências e locais distintos. Mas vamos por dias, e passar pelos nomes que vão subir aos vários Palcos do Parque da Cidade, paredes meias com Matosinhos e com o oceano a acenar.

Quinta-Feira, Dia 6

Entre nomes consagrados, novos nomes que solidificam as suas carreiras, e aqueles que vão procurando – e conquistando – o seu espaço, há muito por onde escolher. De Portugal temos, Ana Lua Caiano, autora de um dos melhores álbuns do ano – é seguro dizê-lo, não duvidem – “Vou Ficar Neste Quadrado”, Amaura mostrará a sua mistura de estilos e Silly apresentará “Miguela”, composto a meias com Fred Ferreira.

O emo do midwest estará representado pelos American Football. O pop dançável ficará a cargo de Kim Petras, alemã radicada em Los Angeles. Com os nova-iorquinos Blonde Redhead virá o rock alternativo e melodicamente desconcertante e os Millitaire Gun, provenientes da costa contrária. Os Lankum apresentarão o seu folclore irlandês contemporâneo, directamente de Dublin, para o belíssimo Parque da Cidade. Alexandra Drewchin é Eartheater, é uma multi-instrumentista, produtora, compositora e vocalista norte-americana, de onde nos chegam os ecléticos Water From Eyes, que passaram por cá recentemente, na primeira da data dos Interpol em Lisboa.

Os Australianos Amyl and the Sniffers, regressam com o seu punk activista e a presença contagiante de Amy Taylor, que nunca deixa ninguém indiferente. O contingente australiano conta também com as guitarras pop dos Royel Otis.Obongjayar, nigeriano radicado em Londres, deu nas vistas pelas suas colaborações com Little Simz e Fred Again, mas é por si motivo para investir o nosso tempo.

A primeira linha é no feminino. O Hip-hop de SZA (diz-se si-za) deixou meio mundo de queixo caído com o seu R&B e Soul, com o seu mais recente, “SOS”. Mitski, passeará a sua elegância lírica e cénica, com o seu – nem sempre consensual – “The Land Is Inhospitable and So Are We”, ainda fresco na bagagem e repleto de belas canções. PJ Harvey, apresentará o belíssimo “I Inside the Old Year Dying”, onde se reinventa na forma como aborda a canção e como as próprias palavras são cantadas.

Sexta-Feira, Dia 7

Será potencialmente o dia com maior procura, mas já lá chegamos. Neste dia o contingente português é vasto e merece destaque. Teremos o Cancioneiro de Samuel Úria e André Henriques a mostrar o lindíssimo “Leveza”. O Hip Hop clássico de Classe Crua que junta Sam The Kid, às rimas de Beware Jack e a frenética Maquinaria, com álbum lançado há poucas semanas e que levará o trio até ao Parque da Cidade, com uma elevadíssima rodagem já. Promete. Já os Mutu, com quem tivemos oportunidade de conversar em Paredes de Coura, mostrarão o eixo entre o tradicional o contemporâneo, com passagens pelo jazz, a electrónica e o rock minimalista.

Julie Byrne e This Is the Kit partilharão as suas canções, teremos finalmente a possibilidade de ver as The Last Dinner Party, após o cancelamento na edição de 2023 do Paredes de Coura e desfrutar das canções densas e melódicas de Tirzah. O noise e a experimentação não ficam esquecidos; de Detroit, Michigan chagam os Wolf Eyes e de Melbourne, Victoria, os Tropical Fuck Storm. Os Crumb ficam responsáveis de nos servir a dose certa de psicadelismo.

Os Lambchop são na sua essência Kurt Wagner e um conjunto de músicos que os acompanha. A banda de Nashville é uma instituição viva de uma América rica, multifacetada, reflectida no lirismo único de Wagner. Os Justice terão uma missão de transformar o Parque da Cidade numa imensa pista de dança. Lana del Rey não precisa de apresentações e é, com certeza absoluta, garantia de casa cheia. Americana – o género – com uma faceta melancólica, em frames de cinema, numa estética única.

Sábado, Dia 8

Não há duas sem três, e os nomes portugueses que integram o cardápio de Sábado não são – de todo – de descartar. Os Conjunto Corona apresentarão o mais recente “ESTILVS MISTICVS”, enquanto que Tiago Bettencourt e os Best Youth de Ed Rocha Gonçalves e Catarina Salinas desfilarão as suas canções pelo Parque da Cidade. Soluna, baseada em Lisboa mas com ligações a Espanha, Argentina e Angola, que se traduzem no uso de várias línguas nos ritmo afro-latinos que se farão ouvir. Os Expresso Transatlântico irão dar continuidade ao legado dos Dead Combo, continuando a trilhar um caminho próprio.

Os Shellac são a banda com lugar cativo no Primavera Sound, mas este ano a novidade é que terão álbum novo. “To All Trains” é a primeira edição desde 2014. Já os Lisabö podem ser vistos como a versão espanhola dos Shellac, pela forma de estar, que se traduz num estilo de vida que musicalmente gira em torno do post-hardcore que apanhará de surpresa os mais distraídos.

Joanna Sternberg, é multi-instrumentista, radicada em Manhattan, Nova Iorque, e nas suas canções é fácil lembrarmo-nos de Daniel Johnston ou Elliot Smith; na voz, na fragilidade e nas palavras. Ethel Cain trará a sua inspiração musical cristã ao Parque da Cidade, enquanto que o Mannequin Pussy e os Scowl libertarão rock e o hardcore punk. A vertente dançável do rock caberá aos Mandy, Indiana, herdeiros de uns !!! ou The Rapture.

Arca em palco é, por si só, um acontecimento. Juntemo-nos a isso uma massa humana sedenta por dançar e temos a receita para uma noite memorável. A história dos Pulp e de Jarvis Cocker confunde-se com a do Primavera Sound, este será mais um capítulo para uma celebração que se espera mútua. Os The National tiveram um 2023 altamente profícuo no que a lançamentos diz respeito, capitalizados com uma surpreendente boa forma em cima dos palcos, que deverão trazer para o Parque da Cidade, numa cidade que tão bem conhecem.

Os bilhetes estão disponíveis para os dias 6 e 8, via Dice. Para o dia 7 o acesso apenas será possível com um Passe Geral, porque os bilhetes diários se encontram esgotados.

  • Passes Gerais (dias 6, 7 e 8) – €175 + comissão
  • Bilhetes diários (dias 6 e 8) – €75 + comissão

 



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