Principe Valiente + Supreme Soul @ Caixa Económica Operária (09.03.2013)
Folhos, rendas, plataformas, biqueiras de aço e maquilhagem: o movimento alternativo dark continua vivo e vibrante
No passado Sábado, com uma Caixa Económica Operária bem composta, constatámos que o movimento alternativo dark em Portugal continua vivo e vibrante. Folhos, rendas, plataformas e biqueiras de aço complementados com maquilhagens marcantes e arrojadas; tínhamos entrado num cenário digno de um documentário da dark scene em Portugal, abrilhantado pelos DJ´s Lena Kat, Yggdrasil e Black Havs. A Comissão (entidade organizadora) tinha assim preparada uma noite que se previa de emoções intensas.
Com referências óbvias a Joy Division, os Supreme Soul, banda portuguesa composta por cinco elementos (bateria, baixo, guitarra, synths e voz), davam início àquela que iria ser uma performance esquizofrénica e nutrida de factores electrizantes. Acompanhados de uma parte cénica e visual intensa, quer na sua génese quer nas imagens projectadas, reportam-nos para um mundo de sentimentos isolados e gritos de esperança. Entramos assim numa celebração alternativa ao som de temas como «What’s going on», «Rise» ou «More than a confession», intercalando-se com dois novos temas: «Strange intimacy» e «House of pleasures», concluindo a sua prestação com a cover do tema «Disorder» dos Joy Division, que nos trouxeram uma imagem de tempos passados. Deixaram-nos assim a expectativa de que o alternativo old school, apesar da nova roupagem, está saudável e tem maturidade para evoluir.
Da Suécia e com uma atitude sóbria, os muito esperados da noite Principe Valiente, compostos por quatro elementos (bateria, guitarra, teclas e um vocalista baixista), saúdam-nos com o que mais nos encanta em bandas alternativas – um som inebriante e envolvente, cuja actuação nos convidou à comunhão de culto que fez com que banda e público fossem quase um só. Com uma produção impecável nota-se, quer a nível de execução instrumental, quer a nível da construção temática, que esta é uma banda cuja preocupação é a de nos transmitir um conjunto de sensações tão intensas quanto descomprometidas.
A banda percorreu temas do álbum homónimo, tais como «The night», «One more time» e «150 Years», este último com a participação de Ed Buller, produtor de bandas como os Suede, Pulp e White Lies. Em termos vocais somos presenteados com uma voz profunda, de tons harmoniosos e sombrios (algumas influências góticas) e instrumentalmente transportam-nos para um pós-punk contrabalançado com um shoegaze tão típico de uns anos 80. Surpreendem-nos, no entanto, com a apresentação de alguns temas do novo trabalho –«The dream», «Fiction» e «Wasted time», este último deixando no ar a impressão de que se tornará possivelmente num tema de culto da banda. No entanto, seria com «The dream» que se criaria um clima ainda mais intimista e, quanto a nós, um dos momentos altos na noite.
Apesar de já terem sido comparados a bandas como Sisters of Mercy, Suede, The Cure ou até mesmo a uns U2 dos primórdios, podemos acrescentar que os Principe Valiente são muito mais do que isso e que já se destacam pela sonoridade original e única. Estaremos, portanto, receptivos e augurando um bom desenlace relativamente ao seu futuro. Long live the Prince!
Fotografia de João Folgosa
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tudo foi perfeito nesta noite a musica os amigos e eu q estava a comemorar os meus anos :)