Querosene
Arde Sem se Ver. O Regresso das produções do TeatroMosca em 2004.
A problemática do amor é um dos mais explorados temas que, ainda hoje, é exaltado nas mais variadas formas. Para a escolha deste tema contribuiu o que julgamos ser a afinidade natural que se mantém com a experiência de vida do adolescente. Em simultâneo, percorre transversalmente os programas escolares do ensino secundário, a cujo universo se destina este espectáculo. Nele, são encenados e interpretados poemas de autores constantes nos programas curriculares. O propósito destas sessões de poesia é suscitar no público juvenil, o valor e o interesse pela literatura como representação simbólica da sua vivência.
O espectáculo evolui através do que podemos chamar etapas ou fases do processo amoroso. A selecção e alinhamento dos textos ilustra esta evolução. Partir-se-á do envolvimento inicial com o objecto amado, nas suas fases de encantamento e expectativa, a incerteza angustiante, a consolidação e fidelização do amor, o extâse e a ruptura. O processo de inflamação de Querosene serve de tradução metafórica dessas várias fases.
O tema do amor, assim entendido, é o objecto de várias formas de apresentação que servem o intuito irónico, nomeadamente pela contextualização do amor em situações que lhe são estranhas ou distantes.
Assim, recorre-se, por exemplo, a modos de exposição académica e quase neutra da fisiologia do amor (com o uso de «corações de brincar» e outros apetrechos pedagógicos), a estratégias comerciais de venda de produtos, às instruções de uso e à «literatura inclusa» (dos extintores e dos medicamentos) e ao discurso regulamentar (próprio dos livros de reclamações e dos formulários em geral).
Os textos são predominantemente de autores portugueses incluídos nos programas curriculares da disciplina de Português. Utilizar-se-ão traduções idóneas de autores estrangeiros nos casos em que essa inclusão possa esclarecer o percurso dos autores portugueses seleccionados (por exemplo a relação de Camões com o Petrarquismo).
A peça estreia dia 13 de Fevereiro, no Auditório Municipal de Agualva Cacém. Em cena às Sextas e Sábados, às 22h, durante o mês de Fevereiro
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