Destaque

Red Bull Music Culture Clash 2018

Grande vencedora da noite: a música nacional!

Por volta das 21h30 já tínhamos a arena cheia.

4 palcos em torno do Coliseu.

4 bandas portuguesas prontas para deixar sangue e suor no ringue.

E um público cheio de energia, decibéis e aplausos.

A segunda edição do Red Bull Music Culture Clash começou assim.

Apresentada por Alex D’Alva Teixeira e Carlão, a noite ia-se compondo pouco a pouco, e a expectativa também.

Capicua + Guerrilha Cor de Rosa.

Paus + Pedras.

Richie Campbell apresenta Bridgetown.

Rui Pregal da Cunha apresenta Ultramar.

Sob a sala – o verdadeiro júri – um microfone suspenso a medir o apoio de cada uma das crews.

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Ladies first:

O confronto começou com a Capicua + Guerrilha Cor de Rosa. Muitos brilhos, purpurinas, balaclavas e camuflados entraram em palco a matar com rimas e batidas. Capicua viu-se acompanhada da sua crew com M7, Eva Rap Diva, Blaya, Ana Bacalhau, Marta Ren, todas elas dispostas a mostrar quem é que ia mandar o Coliseu abaixo. Adoptando ritmos urbanos portugueses, africanos e samba, sem medo de arriscar nos beats de Kendrick Lamar (Humble) ou com letras antigas dos Black Company e Boss AC.

Chega a vez de Paus + Pedras agarrem o público. Silk veste-se de fauno, os Paus marcam o ritmo com a bateria, e Dj Glue atrás dos pratos. A segurar o microfone, Mike El Nite e Holly Hood fazem a magia enquanto trappam em cima de rock.

Richie Campbell apresenta Bridgetown começa com “bad boys, bad boys, what you gonna do when we come for you?”, situando-nos logo no registo em que iremos ficar. Atrás de si, Dj Dadda, Ben Miranda, Plutónio, Dengaz, General Gogo, Mishlawi dão início a verdadeira battle de bitaites entre grupos, garantindo que os oponentes “não valem nada”.

Rui Pregal da Cunha, sozinho em palco, cara pintada de branco, o olhar a encarnado, sem músicos nem música e um discurso pede a todos que façam o que lhes vai na alma. Apresenta o Ultramar que se manteve além das fronteiras do tempo, e chega-nos com os Capitão Fausto como seus heróis do mar.

E começa a batalha!

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ROUND 2 pega fogo com cada equipa a por as melhores cartadas em palco.

Holly Hood justifica o nome da crew: “Paus + Pedras podem magoar a sério” e o Hip hop, kuduro, funk, James Brown são as armas que escolheram.

Richie Campbell e a sua Bridgetown respondem com Dotorado Pro, Mishlawi a agarrar no microfone e a largar rimas e beats. E como quem corre por gosto não cansa, nem as muletas impedem Plutónio de se juntar à festa quando se dirigem palavras a Blaya.

Canta-se o “Amor” no Ultramar, tema que se irá ouvir até ao final do combate.

A Guerrilha Cor-de-Rosa responde com Kendrick Lamar e Rebecca Bunny a esmagar o público e o palco, dançando como só ela sabe. E é assim que levam a vitória da segunda ronda com 122 dBs.

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No ROUND 3, a fasquia eleva-se com Luís Franco Bastos a subir ao palco de Richie Campbell e a disparar humor em todas as direções. À festa juntam-se dubplates com músicas de Toy, Rui Veloso e Xutos a cruzar os braços no ar.

É a vez de Rui Pregal da Cunha trazer ao palco e à memória os Memória de Peixe a tocarem a “Paixão” em tantas versões como aquelas que fez com “Vayorken” e “A neve em Nova Iorque”, casando assim a Capicua com José Cid.

A Guerrilha Cor de Rosa arrisca por estilos adversários e interpreta clássicos dos Heróis do Mar em versões reggae. Enquanto Eva Rap Diva acende a fogueira com rimas acapella. No entanto, desta vez, são os Paus + Pedras que levam a taça do round com 121 decibéis gritados pelo público.

Rui Pregal da Cunha leva o trunfo na manga. Throes + The Shine dão balanço à noite e à batalha, mas Capicua leva Bruno Nogueira para rappar.

Paus + Pedras também respondem com a doce voz de Carla Moreira a cantar a “Dedicatória” de Mind da Gap, que acabou com o público cantar em uníssono.

Pela Bridgetown a guerra continua e Dengaz dispara rimas com Plutónio, levam Gson e Mayra Andrade e o dubplate de Sam the Kid, deixam a coisa renhida.

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Quem ganha, afinal de contas? PAU e Pedras  ou Richie Campbell apresenta Bridgetown?  É a multidão quem decide e é soberana perante o sonómetro, por uma décima PAUS e Pedras ficaram acima dos 120 dBs, o que levou a uma celebração no Coliseu dos Recreios. No entanto, de acordo com o regulamento, a organização assume um empate técnico. Como explica Alex D’Alva Teixeira, quem venceu foi mesmo a música nacional.

E dali, saímos todos a ganhar.

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