Residência de Olga Roriz em Coimbra termina com PETS

A residência artística da Companhia Olga Roriz em Coimbra, organizada pel’A Escola da Noite, termina esta terça e quarta-feira, com duas apresentações do espectáculo “PETS”, recentemente estreado no Teatro Camões. A coreógrafa define-o como “um espectáculo onde nos propomos observar o inatingível: o privado e o público; o quotidiano, a rotina e os hábitos; o silêncio e a solidão”.

Em palco, os cinco bailarinos – Bruno Alexandre, Catarina Câmara, Maria Cerveira, Marta Lobato Faria e Pedro Santiago Cal – são “homens e mulheres afeiçoados por si próprios, auto-domesticados, selvagens”. Entre detritos que se acumulam e espaços que se apertam, interrogam-se, através dos seus corpos, sobre a “reciclagem dos afectos, dos objectos e dos sentidos”.

Em PETS, escreve João Manuel Oliveira no texto do programa do espectáculo “exploraram-se as contradições das relações entre as pessoas, os momentos de afecto e os momentos outros, aqueles onde deixamos de querer ser únicos e diferentes, para nos misturarmos nesse nós, por vezes tóxico, outras securizante, mas sempre complexo e cheio de contradições”. A peça, continua, oferece-nos “um tableau vivant das relações humanas nas suas múltiplas esquizofrenias, as sexualidades, a moralidade, os afectos, o conflito, a vontade de dominar o outro. O companheirismo e essa coreografia tempestuosa que somos nós no meio dos outros”.

A coreografia foi construída a partir de um longo período de improvisações dos próprios bailarinos, num processo que Olga Roriz exemplificou na masterclass realizada no passado dia 19, também no âmbito da residência artística em Coimbra, que agora termina. Ao longo de oito dias, a Companhia Olga Roriz apresentou cinco sessões de três espectáculos diferentes no Teatro da Cerca de São Bernardo (todas esgotadas), para além da masterclass, de três filmes, uma exposição e várias conversas com o público.



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